Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Noite das bruxas

Abóboras, roupas negras, disfarces de bruxa, dentes caninos afiados e perucas com teias de aranha… Há cada vez mais gente a comprar isto, apesar da crise.

São as compras para o “Halloween”, a chamada noite das bruxas que o calendário pagão anglo-saxónico assinala para esta noite.

Gostaria muito mais que a minha opinião de hoje fosse inspirada no calendário cristão, mas infelizmente não é esse o calendário que nos guia…

Não estou a pensar tanto nas crianças, que vão para a escola vestidas de bruxas e fantasmas, porque adoram festas e arranjam todos os pretextos para pedir coisas aos pais.

O problema está nos adultos – os da escola e os de casa - que também alinham nisto. Esta noite em Lisboa, Porto e Braga haverá desfiles de “mortos-vivos” e paradas “zombie” para “aterrorizar quem passa”, porque – dizem eles – “esta é a noite em que as bruxas se reúnem numa festa dada pelo diabo”.

Que tristeza este Portugal!

Aura Miguel em 2008 na RR

O Evangelho do dia 31 de outubro de 2016

Dizia mais àquele que O tinha convidado: «Quando deres um almoço ou um jantar, não convides os teus amigos, nem os teus irmãos, nem os teus parentes, nem os vizinhos ricos; para que não aconteça que também eles te convidem e te paguem com isso. Mas, quando deres algum banquete, convida os pobres, os aleijados, os coxos, os cegos; e serás bem-aventurado, porque esses não têm com que retribuir-te; mas ser-te-á isso retribuído na ressurreição dos justos».

Lc 14, 12-14

domingo, 30 de outubro de 2016

Bom Domingo do Senhor!

O Senhor conforme nos conta o Evangelho de hoje (Lc 19, 1-10) achou por conveniente ficar na casa de Zaqueu, a nós, todos os dias pede o mesmo na Sagrada Eucaristia. Não lhe regateemos a nossa hospitalidade e mantenhamos a nossa alma sempre limpa para o receber com toda a dignidade e amor.

Que o Senhor nos dê a humildade para o guardar dentro de nós!

A propósito do Evangelho de hoje ‘QUISERA SER COMO ZAQUEU’

Zaqueu desceu da árvore e Jesus abraçando-o, disse-lhe:
- Não precisavas de subir à árvore para Me veres, bastava abrires o teu coração. Há muito tempo que estás no Meu coração e embora pequeno de estatura, muitas coisas grandes te estão reservadas.

Zaqueu baixou a cabeça, fechou os olhos e pensou:
- Ninguém gosta de mim, sou desprezado, embora me tolerem por causa das minhas funções. Vejo também agora nitidamente que não tenho gostado de ninguém e que tenho até prejudicado muita gente. Quem é este Homem que me abre os braços, me fala com tanta ternura e me faz sentir irmão de todos aqueles que ainda há pouco não me interessavam ?

Levantou os olhos, e enquanto caminhava para sua casa ao lado de Jesus, deu por si a sorrir para a multidão. O mais curioso é que já não via nela aquela gente anónima que nada lhe dizia, mas sim como que uma família, que se juntava à sua volta.

Que teria aquele Homem, aquele Jesus, que só por o ter tocado e caminhado ao seu lado, despertava nele sentimentos para si desconhecidos.

Sentiu que toda a sua vida se modificava, que aquilo em que colocava a sua esperança ontem, já não tinha significado hoje.

Viu no entanto, entre a multidão, algumas caras fechadas e percebeu nos seus rostos que estavam invejosos da presença de Jesus na sua casa, sentiu até que duvidavam dos seus “méritos” para receber Jesus à sua mesa.

Sentiu que o testemunho do que estava a viver naquele momento era importante para aqueles e sem perceber de onde lhe vinha tal força e tal vontade, abriu a boca e disse:
- Senhor, reconheço que errei muitas vezes na minha vida. Reconheço que sou rico e que não me preocupo com aqueles nada têm. Assim vou dar metade dos meus bens para os pobres e àqueles a quem porventura roubei ou enganei vou devolver quatro vezes mais. Perdoa-me Senhor, pois não quero mais, viver afastado de Ti. Quero seguir-Te e caminhar conTigo.

Viu abrir-se um sorriso no rosto de Jesus, ( o sorriso mais lindo e mais doce que alguma vez tinha visto ) e ouviu-O dizer qualquer coisa que não conseguiu entender muito bem, porque um sentimento de perdão o envolvia totalmente e o deixava viver uma paz e felicidade que o inebriava.

Sentia-se perdoado, sentia-se a perdoar, sentia-se leve, como renascido para a vida. Era outro homem e o seu coração pulsava agora com um bater suave, o bater dum coração de carne.

Olhou à sua volta e viu o espanto e a incredulidade em muitos daqueles rostos.

Pensou para si:
- Há tanto para fazer, há tanto para dizer, há tanto para testemunhar, para que todos estes que agora não acreditam, possam vir a viver também a esperança e o amor, que agora vivem em mim.

Olhando para Jesus, disse baixinho:
- Obrigado meu Senhor. De hoje em diante vou seguir-Te e proclamar que Tu chegaste, que Tu és o Senhor, que Tu és o Mestre, que só Tu tens palavras de vida eterna, para que todos os que agora sinto como meus irmãos, vivam a mesma vida que Tu fizeste nascer em mim.

Escrito em 06.11.01

Joaquim Mexia Alves

«Hoje veio a salvação a esta casa»

Recebamos Cristo na Eucaristia como o fez Zaqueu, o bom publicano [...], que se apressou a descer da árvore e, cheio de alegria, acolheu Jesus em sua casa. Mas não se contentou em acolhê-lO com uma alegria efémera, fruto de uma ligação superficial [...]: deu provas disso através de obras virtuosas. Comprometeu-se a indemnizar de imediato todos aqueles que defraudara, e não apenas no valor roubado, mas no quádruplo; além disso, comprometeu-se também a dar aos pobres metade de todos os seus bens – e imediatamente, note-se, sem esperar pelo dia seguinte. [...]

Que nosso Senhor nos conceda a graça de receber o Seu santíssimo corpo e sangue, a Sua alma bendita e a Sua divindade todo-poderosa, tanto na nossa alma como no nosso corpo, com o mesmo ardor, a mesma espontaneidade, a mesma felicidade, a mesma alegria espiritual que teve aquele homem ao recebê-lO em sua casa. E que o fruto das nossas boas obras possa dar testemunho de que O recebemos condignamente, com aquela fé total e o firme propósito de bem viver que se impõem aos que comungam. Então Deus [...] dirá sobre a nossa alma o que disse outrora sobre a de Zaqueu: «Hoje veio a salvação a esta casa».

São Tomás Moro (1478-1535), estadista inglês, mártir
Tratado «Receber o corpo de Nosso Senhor»

sábado, 29 de outubro de 2016

Uma campanha nada hilariante

«A verdade é que, até para o diabo, a escolha é difícil!»
Hillary Clinton não só quer ser a futura papisa de todas as religiões, como ainda se propõe fundar uma nova inquisição. Mas Donald Trump não é melhor…

Aproxima-se a eleição do próximo presidente dos Estados Unidos da América. Já é sabido que a sucessão a Barack Obama será disputada, como tradicionalmente, pelos dois candidatos dos principais partidos políticos norte-americanos: a democrata Hillary Clinton e o republicano Donald Trump.

A imprensa nacional e internacional não tem sido omissa no que respeita ao excêntrico candidato republicano, cujas gaffes e outras infelicidades, por vezes raiando o limiar da mais abjecta ordinarice, são sempre publicitadas com grande alarde (não em vão o homem se chama Trump, que se lê Tramp, mas às vezes é ‘trampa’…). A campanha mediática, mais do que pró-Clinton, parece ser contra Trump, cujos desaires são sempre ampliados e profusamente divulgados. Talvez por isso, pouco é o que se tem dito sobre a candidata democrata. A crer nas sondagens, o mundo arrisca-se a ter à frente da principal potência mundial alguém cujo pensamento político poucos conhecem. Afinal, que pensa Hillary Clinton?

Numa conferência que teve lugar no Lincoln Center, em Manhattan, a candidata democrata afirmou recentemente: “Os códigos culturais profundamente enraizados, as crenças religiosas e as fobias estruturais precisam de mudar”. Não deixa de ser curioso que Clinton ponha tudo no mesmo saco: ‘códigos culturais’, ‘crenças religiosas’ e ‘fobias estruturais’, sem esclarecer que códigos, crenças ou fobias lhe provocam tão acentuada alergia.

Ao afirmar-se, em geral, contra todas as crenças religiosas, a candidata democrata está a posicionar-se do lado do fundamentalismo laicista, numa atitude contrária a um dos mais fundamentais direitos humanos: o direito à liberdade religiosa. Esta sua ‘fobia estrutural’ é um mau presságio para o futuro dos Estados Unidos da América e do mundo, caso venha a ganhar a eleição presidencial.

Não satisfeita com a citada declaração, Clinton disse ainda que “Os governos devem empregar os seus recursos coercitivos para redefinir os dogmas religiosos tradicionais”. Ou seja, Hillary não só quer ser a futura papisa de todas as religiões, como ainda se propõe fundar, sob as suas ordens e suprema autoridade religiosa, uma nova inquisição! Os “recursos coercitivos” que pretende utilizar para a redefinição dos “dogmas religiosos tradicionais” são, como é óbvio, as forças policiais, militares e de segurança, pelo que será de esperar, da futura administração Clinton, uma nova onda repressiva, sob o alto patrocínio da CIA e do FBI, de tão má memória. É caso para perguntar que tem de democrata, para além do partido, esta candidata presidencial …

Hillary quer também impor o aborto como direito da mulher; mas, se também for mulher a vítima do aborto, não esclarece que direito de que mulher deve prevalecer: o da mulher que quer matar a filha inocente, ou o da mulher que quer viver contra a vontade homicida da mãe? Também já afirmou que não vai aceitar a objecção de consciência fundamentada em crenças religiosas porque, segundo a sua lógica totalitária, esse recurso é um subterfúgio para manter a discriminação contra as mulheres. Dado o unânime consenso científico quanto à vida humana do feto e a cada vez maior percentagem, também nos Estados Unidos, de mulheres e jovens que defendem o direito à existência desde a concepção e até à morte natural do ser humano, é compreensível o desespero de Mrs. Clinton. E, por isso, ameaça: “Os direitos devem existir na prática, não só no papel. As leis têm de ser sustentadas com recursos reais”, ou seja, à força, se necessário for, mesmo em questões de consciência.

Mas esta não foi a primeira vez que Hillary revelou o seu ódio de estimação às religiões e aos seus ensinamentos morais. Já em 2011, durante uma conferência em Génova, a então secretária de Estado norte-americana declarou que um dos principais problemas sociais são as convicções religiosas que se opõem às pretensões “do colectivo LGBT”. A candidata democrata é também a destemida Joana d’Arc da Planned Parenthood, a maior multinacional da muito rendosa indústria do aborto, que se viu recentemente envolvida no escândalo da venda de fetos humanos.

Já vão longe os tempos de São João Paulo II, Ronald Reagan e Margaret Thatcher, três grandes estadistas que contribuíram, de forma decisiva, para a queda do Muro de Berlim e para a libertação dos países de Leste. Os dois actuais candidatos presidenciais norte-americanos são de uma pobreza ideológica e ética confrangedora e, contudo, um deles será, com toda a certeza, o próximo presidente dos Estados Unidos da América. Entre Hillary Clinton e Donald Trump, o eleitorado americano quem escolherá? A verdade é que, até para o diabo, a escolha é difícil!

Pe. Gonçalo Portocarrero de Almada in OBSERVADOR com seleção de imagem 'Spe Deus'

O Evangelho de Domingo dia 30 de Outubro de 2016

Tendo entrado em Jericó, atravessava a cidade. Eis que um homem chamado Zaqueu, que era chefe dos publicanos e rico, procurava conhecer de vista Jesus, mas não podia por causa da multidão, porque era pequeno de estatura. Correndo adiante, subiu a um sicómoro para O ver, porque havia de passar por ali. Quando chegou Jesus àquele lugar, levantou os olhos e disse-lhe: «Zaqueu, desce depressa, porque convém que Eu fique hoje em tua casa». Ele desceu a toda a pressa, e recebeu-O alegremente. Vendo isto, todos murmuravam, dizendo: «Foi hospedar-Se em casa de um homem pecador». Entretanto, Zaqueu, de pé diante do Senhor, disse-Lhe: «Eis, Senhor, que dou aos pobres metade dos meus bens e, naquilo em que tiver defraudado alguém, restituir-lhe-ei o quádruplo». Jesus disse-lhe: «Hoje entrou a salvação nesta casa, porque este também é filho de Abraão. Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o que estava perdido».

Lc 19, 1-10

O Evangelho do dia 29 de outubro de 2016

Entrando Jesus, um sábado, em casa de um dos principais fariseus, para comer, eles estavam a observá-l'O. Disse também uma parábola, observando como os convidados escolhiam os primeiros lugares à mesa: «Quando fores convidado para um banquete nupcial, não te coloques no primeiro lugar, porque pode ser que outra pessoa de mais consideração do que tu tenha sido convidada pelo dono da casa, e que venha quem te convidou a ti e a ele e te diga: Cede o lugar a este; e tu, envergonhado, vás ocupar o último lugar. Mas, quando fores convidado, vai tomar o último lugar, para que, quando vier quem te convidou, te diga: Amigo, vem mais para cima. Então terás com isto glória na presença de todos os convidados; porque todo aquele que se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado».

Lc 14, 1.7-11

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Santo Sepulcro reaberto

DIÁLOGOS COM O SENHOR DEUS

Quantas vezes já experimentaste abandonares-te a Mim, sem ligares à tua vontade e aos teus interesses?
Algumas vezes, Senhor, algumas vezes.

E qual foi o resultado desse abandono a Mim?
Uma paz imensa e o encontrar caminho para as situações que vivia e que nem sempre era o caminho da minha vontade.

E depois?
Ah, Senhor, depois, logo a seguir, a certeza inabalável de que estás sempre comigo.

Então porque teimas tantas vezes em quereres estar sozinho, afastando a minha presença da tua vida?
Porque sou fraco, Senhor, porque sou pecador, porque tenho medo, nem eu sei bem de quê.

Então não temas, refugia-te mais na oração. Ela te levará ao abandono de ti, e nesse abandono encontrar-me-ás, porque Eu estou sempre contigo.
Obrigado, Senhor, nas Tuas mãos me entrego!

Monte Real, 28 de Outubro de 2015

Joaquim Mexia Alves

O Evangelho do dia 28 de outubro de 2016

Naqueles dias Jesus retirou-se para o monte a orar, e passou toda a noite em oração a Deus. Quando se fez dia, chamou os Seus discípulos e escolheu doze dentre eles, aos quais deu o nome de Apóstolos: Simão, a quem deu o sobrenome de Pedro, seu irmão André, Tiago, João, Filipe, Bartolomeu, Mateus, Tomé, Tiago, filho de Alfeu, Simão, chamado o Zelote, Judas, irmão de Tiago, e Judas Iscariotes, que foi o traidor.  Descendo com eles, parou numa planície. Estava lá um grande número dos Seus discípulos e uma grande multidão de povo de toda a Judeia, de Jerusalém, do litoral de Tiro e de Sidónia, que tinham vindo para O ouvir, e para ser curados das suas doenças. Os que eram atormentados pelos espíritos imundos ficavam também curados. Todo o povo procurava tocá-l'O, porque saía d'Ele uma virtude que os curava a todos.

Lc 6, 12-19

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Em homenagem ao Prof. João Lobo Antunes que hoje nos deixou. Requiescat in pace

Alegria – Sofrimento – Depressão

Como falar de alegria sem evocar quanto nos afasta dela, isto é, sem "desmontar" as inúmeras "razões circunstanciais" que pensamos ter que nos impedem de gozar a alegria saudável e gratificante que Deus quer que os Seus filhos - que somos todos os homens - vivam?

Será que o contrário de alegria é o sofrimento?

Não me parece que a pergunta tenha qualquer razão de ser.

É verdade que quem sofre não pode estar alegre?

Porque não?
O que tem uma coisa a ver com a outra?

Em primeiro lugar o sofrimento é uma condição humana enquanto a alegria é um estado de espírito.

O sofrimento - refiro-me ao sofrimento moral ou psíquico - pode ser uma condicionante da própria vida pessoal porque se se lhe der rédea solta pode "tomar conta" da pessoa, condicionar o seu pensamento, afectar a sua esperança e, até no ponto de vista mais íntimo, alterar profundamente a sua capacidade de reacção perante os factos mais comezinhos da vida corrente.

Acontece quase sempre que, quando isto acontece - isto é - quando não se lhe impõe um controlo, tende a evoluir numa espiral ascendente que acaba por dominar a pessoa.

Não é algo sem importância, bem pelo contrário, a pessoa nesta situação sofre realmente e tanto mais quanto se "deixa ir" ou se "entrega" sem reagir.


Evidentemente que neste caso a alegria não é possível como de resto não são quaisquer outros sentimentos a não ser uma crescente auto-comiseração, ou até vitimização que se traduz num estado de ânimo cada vez mais condicionado e incapacitado de reagir.

Daqui ao isolamento é um pequeno passo em que se chega a um estado moral deplorável em que nada apetece, ninguém interessa, caindo num estado abúlico de "morto vivo".


Normalmente dá-se a esta situação o nome de depressão.

E que pode estar na origem de tal?

Um problema mental?

Uma circunstância traumatizante que não se conseguiu ultrapassar?

Um hábito?

Sim... um hábito porque o estado depressivo tende a repetir-se e cada vez com maior frequência e durante mais tempo.

Voltemos a considerar o tema por onde começámos: a alegria.


Se entendemos alegria por um sentimento de satisfação provocado por algo que pode ser uma consideração, a constatação de uma realidade, uma conclusão definitiva de um bem a que temos acesso ou nos é próprio, então poderíamos concluir que a " cura " para os estados depressivos reside na alegria.

Mas como fazer? Como dar a alguém a alegria que não tem?

Penso que uma forma de o conseguir será começar por "mostrar" à pessoa o lado positivo da sua vida e de quanto a ela respeita.

Evidentemente que ao "aplicar" este método se está de alguma forma a "invadir "a intimidade do outro pelo que só deve ser posto em prática por quem tem uma sólida formação humana no que ela envolve nos aspectos intelectuais e morais.

Não havendo nenhum homem igual a outro, também estas situações não têm um "padrão" que permita desenhar uma mesma "receita" para qualquer situação.

É claro que a medicina tem possibilidades de prestar auxílio importante, quer com a psicologia ou a psiquiatria, quer, tanto num caso como noutro, com recurso a fármacos.

Seja como for, embora prestando um auxílio não descartável, raramente resolve o problema por completo e de forma definitiva.

Penso que a melhor forma e prestar auxílio importante seja a companhia, o convívio.

Será, com certeza, por vezes muito difícil porque, como já se disse, a pessoa nessas circunstâncias como que foge ao contacto mesmo com os mais próximos ou íntimos.

Há, então, que "forçar" esse convívio, "obrigar" ao diálogo, "puxar" por um assunto.

É fundamental ter paciência, muita paciência e não desistir e, sobretudo, mostrar enfado ou desilusão.
Tendo sempre consciência que a pessoa não está no "seu estado normal", se encontra limitada até na capacidade de raciocinar, não esperar por reacções positivas, aliás, poderá até acontecer que estas sejam bastante negativas e desencorajadoras.

Mas o que realmente importa é considerar que não se está a " aplicar uma receita" mas a prestar um serviço de autêntica caridade para com o nosso próximo sofredor e necessitado.

Uma obra de misericórdia?

Sem dúvida e de inestimável valor.

Por isso mesmo, devemos pedir ao Pai da Misericórdia, que nos inspire o que fazer e como fazer.

ama, 2016.03.14

O Evangelho do dia 27 de outubro de 2016

No mesmo dia alguns dos fariseus foram dizer-Lhe: «Sai e vai-Te daqui porque Herodes quer matar-Te». Ele respondeu-lhes: «Ide dizer a essa raposa: Eis que Eu expulso os demónios e faço curas hoje e amanhã, e ao terceiro dia atinjo o Meu termo. Importa, contudo, que Eu caminhe ainda hoje, amanhã e no dia seguinte; porque não convém que um profeta morra fora de Jerusalém. «Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te são enviados, quantas vezes quis juntar os teus filhos como a galinha recolhe os seus pintainhos debaixo das asas, e tu não quiseste! Eis que a vossa casa vos será deixada deserta. Digo-vos que não Me vereis, até que venha o dia em que digais: “Bendito O que vem em nome do Senhor”».

Lc 13, 31-35

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Audiência geral (resumo)

Locutor As obras de misericórdia corporais são um meio para manter viva e dinâmica a nossa fé. Estas nos permitem encontrar o Senhor que se faz presente em cada pessoas necessitada como, por exemplo, “o estrangeiro” e “quem está nu”. De fato, ao longo dos séculos, foram muitas as expressões de solidariedade para com os imigrantes. Este não é um fenômeno recente, pois a história da humanidade é uma história de migração - até mesmo Jesus teve que emigrar com a sua família para o Egito durante a perseguição de Herodes. Mas, num mundo onde a crise econômica, conflitos armados e mudanças climáticas obrigam muitas pessoas a abandonar a sua pátria, acolher o estrangeiro apresenta-se como uma obra de misericórdia muito atual. É preciso também vestir aquele que está nu, ou seja, restituir a dignidade à quem é vítima de todo o tipo de exploração ou discriminação. O Senhor nos chama a não nos fecharmos na indiferença, mas a nos abrirmos aos demais, num compromisso tanto comunitário como pessoal, que torna a nossa fé fecunda, gerando paz e preservando a dignidade das pessoas.

Santo Padre
Rivolgo un cordiale saluto ai pellegrini di lingua portoghese, in particolare ai fedeli delle varie parrocchie del Brasile e del Portogallo. Cari amici, non smettiamo di farci vicini ai più bisognosi, ricordandoci che, nell’accoglierli, tocchiamo la carne sofferente di Gesù. Dio vi benedica! Grazie.

Locutor Dirijo uma saudação cordial aos peregrinos de língua portuguesa, particularmente aos fiéis das várias paróquias do Brasil e de Portugal. Queridos amigos, não deixemos de nos fazer solidários com os mais necessitados, lembrando que, quando os acolhemos, tocamos na carne sofredora de Cristo. Deus vos abençoe! Obrigado.

O Evangelho do dia 26 de outubro de 2016

Ia pelas cidades e aldeias ensinando, e caminhando para Jerusalém. Alguém Lhe perguntou: «Senhor, são poucos os que se salvam?». Ele respondeu-lhes: «Esforçai-vos por entrar pela porta estreita, porque vos digo que muitos procurarão entrar e não conseguirão. Quando o pai de família tiver entrado e fechado a porta, vós, estando fora, começareis a bater à porta, dizendo: Senhor, abre-nos. Ele vos responderá: Não sei donde sois. Então começareis a dizer: Comemos e bebemos em tua presença, tu ensinaste nas nossas praças. Ele vos dirá: Não sei donde sois; “afastai-vos de mim vós todos os que praticais a iniquidade”. Ali haverá choro e ranger de dentes, quando virdes Abraão, Isaac, Jacob, e todos os profetas no reino de Deus, e vós serdes expulsos para fora. Virão muitos do Oriente e do Ocidente, do Norte e do Sul, e se sentarão à mesa do reino de Deus. Então haverá últimos que serão os primeiros, e primeiros que serão os últimos».

Lc 13, 22-30

terça-feira, 25 de outubro de 2016

O Evangelho do dia 25 de outubro de 2016

Dizia também: «A que é semelhante o reino de Deus; a que o compararei? É semelhante a um grão de mostarda que um homem tomou e semeou na sua horta; cresceu, tornou-se uma árvore, e as aves do céu repousaram nos seus ramos». Disse outra vez: «A que direi que o reino de Deus é semelhante? É semelhante ao fermento que uma mulher tomou e misturou em três medidas de farinha, até que tudo ficasse levedado».

Lc 13, 18-21

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

O Evangelho do dia 24 de outubro de 2016

Jesus estava a ensinar numa sinagoga em dia de sábado. Estava lá uma mulher possessa de um espírito que a tinha doente havia dezoito anos; andava encurvada, e não podia levantar a cabeça. Jesus, vendo-a, chamou-a, e disse-lhe: «Mulher, estás livre da tua doença». Impôs-lhe as mãos e imediatamente ficou direita e glorificava a Deus. Mas, tomando a palavra o chefe da sinagoga, indignado porque Jesus tivesse curado em dia de sábado, disse ao povo: «Há seis dias para trabalhar; vinde, pois, nestes e sede curados, mas não em dia de sábado». O Senhor disse-lhe: «Hipócritas, qualquer um de vós não solta aos sábados o seu boi ou o seu jumento da manjedoura para os levar a beber? E esta filha de Abraão, que Satanás tinha presa há dezoito anos, não devia ser livre desta prisão ao sábado?». Dizendo estas coisas, todos os Seus adversários envergonhavam-se e alegrava-se todo o povo com todas as maravilhas que Ele realizava.

Lc 13, 10-17

domingo, 23 de outubro de 2016

O homem que falava com Deus (e Deus falava com ele) Facebook

Bom Domingo do Senhor!

Digamos repetidamente ao longo do dia quando nos apercebemos das nossas pequenas falhas como fazia o cobrador de impostos de que nos fala o Evangelho de hoje (Lc 18, 9-14) “Senhor Jesus, tende piedade de nós que somos pecadores”, dito com arrependimento e entrega estaremos com humildade a confiar n’Ele.

Senhor Jesus concede-nos a humildade do arrependimento ajudando-nos a melhor Te seguir!

O homem que falava com Deus (e Deus falava com ele)

Pedro Aguiar Pinto, ao centro, com a família
Há uns anos, encontrei um professor católico na Universidade de Singapura, exemplar raro naquele cantinho da Ásia onde o número de cristãos é baixíssimo. Apercebi-me de que os alunos apreciavam muito as aulas dele, o que lhes deve ter aguçado a curiosidade. Um dia, um grupo foi perguntar-lhe: «É verdade que o professor fala com Deus?». «Sim...». Silêncio, para recuperar da surpresa e ganhar balanço para a nova pergunta: «Quando é a próxima vez em que volta a falar com Ele?».

Lembrei-me deste diálogo quando o Pedro Aguiar Pinto morreu, porque ele também era professor (da Faculdade de Agronomia de Lisboa) e porque, de facto, ele falava com Deus. O mais extraordinário é que Deus também falava com ele, a ponto de o Pedro achar normal uma pessoa ouvir Deus. Ao longo de anos, foi uma autêntica experiência de diálogo, sem toques de sentimentalismo nem derivas esotéricas. Um diálogo propriamente dito, não uma imitação. Um diálogo muito íntimo. Só a amizade muito forte abria pequenas fragilidades nessa intimidade tão bem guardada e nos permitia espreitar lá para dentro.

Pedro Aguiar Pinto à frente de um grupo de 
peregrinos, a caminho de Fátima
Felizmente, o Pedro tinha muitos amigos, de quem se sentia responsável e procurava aproximar de Deus. Há poucos dias, tinha-lhes escrito uma carta, que depois publicou, a convidar quem quisesse ir com ele a Fátima. «Porque se vai a pé a Fátima?» – começava a carta – «Em primeiro lugar para responder ao pedido de Nossa Senhora (...), depois, por muitas razões que nem nós sabemos. Julgamos que vamos com um objectivo e o que acontece no caminho mostra-nos que afinal era de outra coisa que nós precisávamos». Sem entrar em pormenores, queria empurrar os seus amigos por uma experiência de oração que os abrisse às surpresas de Deus. Porque há quem reze para convencer Deus e o Pedro rezava para se deixar convencer por Deus.

Ele era um bocadinho engenheiral, mais dado a experiências concretas e a cálculos do que a hipérboles literárias. Por isso, a oração dele não era preguiça nem imaginação, era intelectualmente lúcida e activa. Naquele convite, prometia a quem fosse à peregrinação: «uma verdadeira experiência, porque nela descobrimos a inteligência do sentido das coisas». Não se referia a curiosidades eruditas, referia-se àquela compreensão dos planos divinos que abre o caminho a uma entrega mais plena. É esse desejo de oração, esse amor activo, que ele queria para os seus amigos.

A morte do Pedro ocorreu a meio desse percurso, quando ninguém estava à espera. Saudável e satisfeito, guiava um grande grupo de peregrinos. Bastantes pertenciam ao Movimento Comunhão e Libertação, como ele, mas muitos outros eram apenas amigos. No momento da morte, a pequenina carta, de dias atrás, adquiriu um sentido novo e respondeu à surpresa: «Julgamos que vamos com um objectivo e o que acontece no caminho mostra-nos que afinal era de outra coisa que nós precisávamos».
Sem o Pedro prever, as pequenas sementes que ele lançou ao longo da vida cresceram com exuberância. Por exemplo, uns «emails» que enviava ocasionalmente a alguns amigos alargaram-se em poucos anos a uma «mailing list» quilométrica, alimentaram um blogue muito visitado («o Povo»), expandiram-se por várias redes sociais, até levar diariamente, a dezenas de milhar de leitores, uma selecção de textos sobre os grandes temas da pessoa humana e da sociedade e sobre Deus. (Algumas vezes, esta divulgação incluiu artigos que escrevi para o «Correio dos Açores» e outros jornais).

Agora, vou dar uma notícia em primeira mão: mal chegou ao Céu, o Pedro correu a inscrever-se em Agronomia Geral e noutras cadeiras de que foi professor. Sentado na primeira fila, queria finalmente esclarecer umas dúvidas, por exemplo, acerca daquela técnica do «grão de trigo que, se não morrer fica infecundo e se morrer dá muito fruto» (Jo 12, 24-25). Que aula! – dizia ele todo satisfeito – Agora sim! Isto «é uma verdadeira experiência, porque nela descobrimos a inteligência do sentido das coisas».

José Maria C.S. André
Spe Deus
23-X-2016

Nota 'Spe Deus': 'tweet' de JPR em 11.10.2016 «À família de Pedro Aguiar Pinto, aos amigos e leitores de O Povo deixamos um sincero abraço nesta hora difícil plenamente convictos que o Senhor chamou mais um Pedro para junto de si. Requiescat in pace»

sábado, 22 de outubro de 2016

Audiência Jubilar (resumo)

Locutor: O encontro de Jesus com a mulher samaritana permite ver um aspecto importante da misericórdia que é o diálogo. Todas as formas de diálogo são expressão da grande exigência do amor de Deus, que vai ao encontro de todos, fazendo-nos participar da sua bondade e tornando-nos colaboradores da sua obra criadora De fato, é através do diálogo que as pessoas podem se conhecer, acolher-se e respeitar-se, abrindo-se àquilo que de melhor cada um tem para oferecer. O diálogo cria pontes de comunicação que fazem ver o outro como um dom de Deus. Desse modo, se abatem os muros das divisões e incompreensões que nascem do egoísmo, que isola e faz com que as pessoas se fechem no seu “pequeno mundo”. Há tanta necessidade de diálogo! Quantos problemas se resolvem quando se aprende a escutar o outro! O diálogo humaniza os relacionamentos na família, nos estudos, no trabalho. Também a Igreja vive do diálogo, procurando compreender as necessidades do coração de cada pessoa, para contribuir na busca e partilha do bem comum.

Santo Padre:
Rivolgo un cordiale saluto ai pellegrini di lingua portoghese, con particolare menzione al gruppo di fedeli di Póvoa de Varzim. Ricordiamo che la Vergine Maria ci insegna ad ascoltare nel silenzio e a meditare tutte le cose nel cuore, così da poter uscire incontro alle necessità del prossimo. Il suo esempio ci aiuti a servire sempre più i nostri fratelli e sorelle. Dio benedica voi e quanti vi sono cari!

Locutor: Dirijo uma saudação cordial aos peregrinos de língua portuguesa, com menção particular do grupo de Póvoa de Varzim. Recordemos que a Virgem Maria nos ensina a escutar no silêncio e a meditar todas as coisas no coração, de tal modo que se possa ir ao encontro das necessidades do próximo. Possa o seu exemplo nos ajudar a servir sempre mais os nossos irmãos e irmãs. Que Deus vos abençoe a vós e a vossos entes queridos!

O Evangelho de Domingo dia 23 de outubro de 2016

Disse também esta parábola a uns que confiavam em si mesmos por se considerarem justos, e desprezavam os outros: «Subiram dois homens ao templo a fazer oração: um era fariseu e o outro publicano. O fariseu, de pé, orava no seu interior desta forma: Graças Te dou, ó Deus, porque não sou como os outros homens: ladrões, injustos, adúlteros, nem como este publicano. Jejuo duas vezes por semana e pago o dízimo de tudo o que possuo. O publicano, porém, conservando-se a distância, não ousava nem sequer levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Meu Deus, tem piedade de mim, pecador. Digo-vos que este voltou justificado para sua casa e o outro não; porque quem se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado».

Lc 18, 9-14

O Evangelho do dia 22 de outubro de 2016

Neste mesmo tempo chegaram alguns a dar-Lhe a notícia de certos galileus, cujo sangue Pilatos misturara com o dos sacrifícios deles. Jesus respondeu-lhes: «Vós julgais que aqueles galileus eram maiores pecadores que todos os outros galileus, por terem sofrido tal sorte? Não, Eu vo-lo digo; mas, se não fizerdes penitência, todos perecereis do mesmo modo. Assim como também aqueles dezoito homens sobre os quais caiu a torre de Siloé e os matou; julgais que eles também foram mais culpados que todos os outros habitantes de Jerusalém? Não, Eu vo-lo digo; mas, se não fizerdes penitência, todos perecereis do mesmo modo». Dizia também esta parábola: «Um homem tinha uma figueira plantada na sua vinha. Foi buscar fruto e não o encontrou. Então disse ao vinhateiro: Eis que há três anos venho buscar fruto a esta figueira e não o encontro; corta-a; para que está ela inutilmente a ocupar terreno? Ele, porém, respondeu-lhe: Senhor, deixa-a ainda este ano, enquanto eu a cavo em volta e lhe deito estrume; se com isto der fruto, bem está; senão, cortá-la-ás depois».

Lc 13, 1-9

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Uma Catequese em todo o mundo

O Evangelho do dia 21 de outubro de 2016

Dizia também às multidões: «Quando vós vedes uma nuvem levantar-se no poente, logo dizeis: Aí vem chuva; e assim sucede. E quando sentis soprar o vento do sul, dizeis: Haverá calor; e assim sucede. Hipócritas, sabeis distinguir os aspectos da terra e do céu; como, pois, não sabeis reconhecer o tempo presente? E porque não discernis também por vós mesmos o que é justo? Quando, pois, fores com o teu adversário ao magistrado, faz o possível por fazer as pazes com ele pelo caminho, para que não suceda que te leve ao juiz, e o juiz te entregue ao guarda, e o guarda te meta na cadeia. Digo-te que não sairás de lá, enquanto não pagares até o último centavo».

Lc 12, 54-59

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Polémica em Roma. McVaticano?

O amante

Como é que vou educar duas miúdas numa época que banalizou o sexo até ao ponto em que já não há interdito e erotismo? Como é que vou educar duas garotas numa época em que os rapazes têm o hábito de filmar e publicitar a intimidade sexual?

No meu tempo, o que acontecia em Las Vegas ficava em Las Vegas. Agora não. Como é que vou educar duas miúdas numa época que faz da mulher um mero pedaço de carne?
A coberto da narrativa da emancipação da mulher em relação aos velhos códigos morais, chegámos a um ponto em que a sociedade se afoga todos os dias na carnalização da mulher. O nu feminino está por todo o lado, ora em versão completa, ora em parcelas, um rabo aqui, um busto ali, umas ancas acolá. Seja qual for a versão, este corpo é vendido através da brutalidade porno à Larry Flyint. Há muito que se perdeu o erotismo à Fellini.
Não tenho nada contra rabos, penas e ancas, nem quero que as minhas filhas se comportem como as “virgens sensatas” do Alexandre O’Neill. Não estou a educar, espero, duas botas-de-elástico, nem quero um regresso ao mirífico “antigamente”.
Cá em casa há uma velinha acesa em memória de Dom Rigoberto. Mas julgo que se chegou longe demais. Há miúdas que andam pela rua com t-shirts com inscrições tão sofisticadas como “estrela porno” ou “eat me”. Antes o Che Guevara! Qual é o final desta linha?
E, já agora, quando é isto tudo começou? Talvez em 1960 com o julgamento que opôs o estado britânico à Penguin, que queria fazer uma edição de bolso do romance de D. W. Lawrence, “O Amante de Lady Chaterley” (1928). As autoridades reagiram à massificação de um livro considerado “depravado e corruptor da juventude”. O veredicto foi favorável à editora e simboliza até hoje a viragem da (alegada) repressão religiosa para a (alegada) libertação da nova moral sexual. Philip Larkin eternizaria o momento: “sexual intercourse began/in nineteen sixty-three (...) Between the end of ‘Chatterley’ ban/and The Beatles first LP”.
Claro que é inaceitável voltar ao tempo em que os fariseus podiam censurar um livro considerado “depravado”. Mas o actual caminho também é inaceitável. Em nome da liberdade ou da libertação em relação a um passado considerado retrógrado, uma cultura pornográfica e antifeminista instalou-se no centro da nossa cultura.
Olhe-se, por exemplo, para o mundo dos videoclipes, a começar no hip-hop ou rap: a mulher é sempre retratada como um objecto sexual sem vontade própria, está apenas dois palmos acima da boneca insuflável, não é uma mulher, é a bitch.
Se calhar, é tempo de dizer que chegámos a um beco sem saída. Se calhar, é tempo de dizer que a liberdade e a dignidade da mulher também precisam dos velhos códigos morais que prezavam a contenção (e o erotismo). Se calhar, a religião e a fé são o futuro da mulher, o futuro de uma genuína emancipação feminina feita na cabeça e não no corpo.
Pelo menos, é o que vou tentar ensinar às minhas miúdas, dando-lhes a ler a Bíblia mas também “Os Cadernos de Dom Rigoberto”.
Henrique Raposo in RR online na coluna de opinião NEM ATEU NEM FARISEU AQUI

As crianças trazem vida, alegria, esperança!

Rezar pelas vítimas da guerra

O Evangelho do dia 20 de outubro de 2016

Eu vim trazer fogo à terra; e como desejaria que já estivesse ateado! Eu tenho de receber um batismo; e quão grande é a minha ansiedade até que ele se conclua! Julgais que vim trazer paz à terra? Não, vos digo Eu, mas separação; porque, de hoje em diante, haverá numa casa cinco pessoas, divididas três contra duas e duas contra três. Estarão divididos: o pai contra o filho e o filho contra o pai; a mãe contra a filha e a filha contra a mãe; a sogra contra a nora e a nora contra a sogra».

Lc 12, 49-53

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Dia mundial contra o cancro da mama

Resumo da Audiência geral do Santo Padre

LocutorEntre as obras de misericórdia, aparecem estas duas: dar de comer a quem tem fome e beber a quem tem sede. A experiência da fome é dura. Que o diga quem viveu períodos de guerra ou de carestia! E todavia esta experiência repete-se todos os dias, verificando-se, por vezes, mesmo ao lado da abundância e do desperdício. Uma das consequências do «bem-estar» é levar as pessoas a fecharem-se em si mesmas, tornando-se insensíveis às necessidades dos outros. Perante certas notícias e sobretudo certas imagens, a opinião pública sente-se interpelada e adere a campanhas de ajuda que visam estimular a solidariedade; esta frutifica em doações generosas, contribuindo assim para aliviar o sofrimento de muita gente. Tal forma de caridade é importante, mas talvez não nos toque e faça vibrar pessoalmente. Mas quando, seguindo pela estrada, nos cruzamos com uma pessoa necessitada, ou então quando um pobre bate à nossa porta, já o caso é diferente, porque à nossa frente não temos uma imagem, mas a pessoa real que nos interpela. Neste caso, qual é a minha reação? Viro a cara para o outro lado, finjo que não vejo e sigo pela minha estrada, ou paro a falar interessando-me pela situação daquela pessoa? Vejo se a posso socorrer de algum modo, ou procuro libertar-me o mais depressa possível? Talvez me peça apenas o necessário para viver: qualquer coisa para comer, para beber… Um pedido como este não deveria soar estranho aos nossos ouvidos, porque nós tantas vezes nos voltamos para o Pai do Céu dizendo-Lhe: «O pão nosso de cada dia nos dai hoje».


Santo Padre:
Carissimi pellegrini di lingua portoghese, vi saluto cordialmente tutti, con una menzione speciale per i gruppi parrocchiali di Mogi Guaçu e di Pereiras, augurandovi in quest’Anno Giubilare la grazia di fare esperienza della grande potenza della Misericordia, che ci fa entrare nel cuore di Dio e ci rende capaci di guardare il mondo con più bontà. Così Dio benedica voi e le vostre famiglie.


LocutorQueridos peregrinos de língua portuguesa, de coração vos saúdo a todos, nomeadamente aos grupos de Mogi Guaçu e de Pereiras, desejando-vos neste Ano Jubilar a graça de experimentar a grande força da Misericórdia, que nos faz entrar no coração de Deus e nos torna capazes de olhar o mundo com mais bondade. Assim Deus vos abençoe a vós e às vossas famílias.