S. Josemaria tinha esta realidade muito presente. Numa carta de 1965, escrevia-nos: podemos dizer, de certa forma, que na Santíssima Virgem se realiza, em grau eminente, a função designada por Deus para a mulher na História da Salvação: a sua contribuição específica para a corredenção. E acrescentava, dirigindo-se às suas filhas no Opus Dei, e, em geral, às mulheres cristãs: em Nossa Senhora tendes o modelo e o auxílio para a elevação ao plano da graça dos vossos talentos e afazeres humanos, convertendo a vossa função própria, na família e na sociedade, em instrumento divino de santificação, numa missão peculiar no seio da Igreja: participando, na medida da vossa correspondência pessoal, da excelência e da prioridade com que Deus adornou a Sua Mãe [4].
O caráter da família cristã unida por vínculos sobrenaturais – que nos afeta a cada uma e a cada um – fica realçado na Obra pelo insubstituível papel das minhas filhas. Foi vontade expressa do Senhor que na Prelatura do Opus Dei caminhemos mulheres e homens, com uma completa separação no que se refere aos meios de formação e aos apostolados, mas com uma plena unidade – espiritual, moral e jurídica – com fundamento visível no Prelado, pai desta família espiritual. Ao formarmos uma só família, explicava S. Josemaria, há na Obra uma só panela, da qual cada um se serve segundo a sua necessidade [5]. Por isso, mesmo que nestas linhas trate especialmente do papel da mulher na Igreja e na sociedade, estas considerações valem também para os homens, mudando o que for necessário.
Todos fomos chamados a procurar a plenitude da vida cristã segundo as circunstâncias em que Deus se dirige a cada um. No celibato apostólico ou no casamento, a resposta a Deus há de ser sempre total. Neste ano mariano da Obra, convidei-vos a recorrer à Sagrada Família de Nazaré, rezando especialmente pelas famílias de todo o mundo. A família de Nazaré compromete-nos a redescobrir a vocação e a missão da família, de cada família. E, como aconteceu naqueles trinta anos em Nazaré, assim pode também acontecer em nós: fazer que o normal seja o amor e não o ódio, fazer que a ajuda mútua se torne comum, não a indiferença ou a inimizade [6].
[4]. S. Josemaria, Carta 29-VII-1965, n. 3.
[5]. S. Josemaria, Carta 29-VII-1965, n. 2.
[6]. Papa Francisco, Discurso na Audiência geral, 17-XII-2014.
(D. Javier Echevarría, Prelado do Opus Dei na carta do mês de fevereiro de 2015)
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