Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

domingo, 4 de outubro de 2015

AH, E SOBRETUDO AMO OS OUTROS!

Como tantas vezes me acontece, lá acordei às 6 horas da manhã, (nunca consigo perceber se sou eu que acordo ou é Ele que me acorda), e lá veio mais uma história ao meu coração.
Aqui a deixo.

Chegou à esplanada do café, sentou-se e abrindo o jornal começou a ler as notícias.

Percebeu que o empregado se aproximava, mas não deixou de ler o jornal. Ouviu então uma voz alegre e jovem perguntar:
O que deseja?
Respondeu secamente:
Um café!
A voz, ainda sem rosto, retorquiu-lhe:
Com sorriso ou sem sorriso?

Admirado levantou os olhos do jornal, e olhando viu a cara de um jovem, indelevelmente marcada pelo Síndrome de Down, que lhe sorria esperando a resposta.
Não pode deixar de sorrir e disse:
Com um sorriso, claro!

Viu o rapaz partir “saltitando” ligeiro entre as mesas, dirigindo-se ao balcão para ir buscar o seu café.

Quando ele regressou à sua mesa com o café, disse-lhe:
Vê-se que gostas do que fazes!
O rapaz respondeu, sem deixar de sorrir:
Pois, deram-me este emprego, assim sirvo às mesas, sinto-me útil e posso falar com as pessoas, sorrir-lhes, e elas gostam.
Arriscou e perguntou-lhe:
E fazes mais alguma coisa, para além disto?
A cara iluminou-se, espelhando uma muito sincera e incontida gargalhada e ouvi-o dizer:
Ah, e sobretudo amo os outros.
E lá foi ele deslizando por entre as mesas distribuindo e arrancando sorrisos de cada cliente do café.

Colocou o jornal na cadeira ao lado e decidiu saborear aquele café com um verdadeiro sorriso.
Um pensamento lhe veio ao coração e à cabeça:
Oh meu Deus, afinal é tão simples e nós complicamos tanto! Fazei-vos pequeninos e de vós será o Reino dos Céus, a começar já, pensou ele, numa frase que com certeza Jesus diria também com o Seu rosto a sorrir.

Levantou-se, pagou deixando uma generosa gorjeta, procurou o olhar do jovem empregado e acenou-lhe um adeus a sorrir, imediatamente retorquido com um sorriso ainda maior.
Ao caminhar pela rua apenas uma frase tomava conta de si:
Ah, e sobretudo amos os outros; ah, e sobretudo amo os outros; ah, e sobretudo amo os outros….

Marinha Grande, 4 de Outubro de 2015

Joaquim Mexia Alves

Dedico esta história à minha sobrinha Rita, ao Zé Alberto, seu marido, e aos seus filhos, o Lourenço, meu afilhado, e o João.
Dedico-a também à nossa família, a todas as famílias.

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