São Nersès Snorhali (1102-1173), patriarca arménio
Jesus, Filho único do Pai, §§ 150-161
Para os Hebreus, abriste o mar em dois, bem visível (Ex 14);
E, para mim, trevas profundas.
Nessa altura, engoliste o Faraó;
Agora, o príncipe deste mundo, autor da morte (Jo 12,31; 8,44).
Para eles, foste uma nuvem protectora durante o dia
E de noite, uma coluna de fogo (cf. Ex 13,21).
Para mim, a luz é o conhecimento do Teu Filho, o Verbo,
E a minha protecção é o Espírito Santo.
Nesse tempo, deste o maná perecível,
E os que o comeram estão mortos;
Hoje, é o Teu corpo celeste
Que dá a vida aos que O comem.
Eles beberam a água que jorrou do rochedo (Ex 17),
E eu bebi o sangue do Teu lado, meu rochedo (Jo 16,34; Sl 18,3).
Eles viram suspensa a serpente de bronze (Nm 21,9),
E eu vi-Te na cruz, a Ti que és a vida.
A eles, deste-lhes a lei de Moisés,
Escrita em tábuas de pedra;
E a mim, a sabedoria do Teu Espírito,
O Teu divino Evangelho.
É por isso que será exigido de mim,
Para o bem, muito mais do que será exigido deles. [...]
Mas Tu, que Te tornaste o seu expiador,
Oh meu Senhor, cheio de piedade, Filho único do Pai. [...]
Não me impeças, como à maior parte deles,
De entrar na Tua Terra Prometida,
Mas, com os dois que nela entraram (Dt 1,36; 31,3),
Introduz-me na Tua pátria celeste.
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