A beatificação de D. Álvaro e a de Paulo VI, há dias, manifestam também a admirável ação divina, que santifica os seus filhos, para glória de Deus e bem da Igreja. Por isso, a alegria do Evangelho é tal que nada nem ninguém no-la poderá tirar (cfr. Jo 16, 22). Os males do nosso mundo – e os da Igreja – não deveriam servir como desculpa para reduzir a nossa entrega e o nosso ardor. Vejamo-los como desafios para crescer. Além disso, o olhar crente é capaz de reconhecer a luz que o Espírito Santo sempre irradia no meio da escuridão (…). A nossa fé é desafiada a entrever o vinho em que a água pode ser transformada e a descobrir o trigo que cresce no meio do joio. Cinquenta anos depois do Concílio Vaticano II, apesar de nos entristecerem as misérias do nosso tempo e estarmos longe de otimismos ingénuos, um maior realismo não deve significar menor confiança no Espírito nem menor generosidade [21].
Esta certeza da fé ilumina as trevas que às vezes se parecem avolumar sobre a humanidade. Deus pode mais! Ele, na Sua sabedoria e omnipotência infinitas, tem a capacidade tirar bem do mal. Por isso, a fé constitui a raiz do otimismo sobrenatural – importantíssimo – que sempre há-de conduzir o cristão. O Espírito Santo é realmente nosso Paráclito, o nosso advogado defensor, como o termo refere.
Quando o reino de Deus se estabelece no fundo da alma, realiza-se o que o prefácio da Missa de Cristo-Rei proclama: pelo apostolado pessoal, manifesta-se como reino de justiça, de amor e de paz. Do coração do cristão brotam então a justiça e a misericórdia, que se contagiam a outras pessoas, até impregnar as estruturas humanas. E os filhos de Deus, os que conhecemos este dom, convertemo-nos em semeadores de paz e de alegria, como dizia o nosso Fundador.
[21]. Papa Francisco, Exort. Apost. Evangelii Gaudium, 24-XI-2013, n. 84.
D. Javier Echevarría, Prelado do Opus Dei na carta do mês de novembro de 2014
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