Confiemos também à intercessão de D. Álvaro a paz no mundo, mais concretamente nos lugares onde muitas pessoas sofrem perseguição por causa da sua fé, e rezemos pelos trabalhos da próxima Assembleia extraordinária do Sínodo dos Bispos, que começa no próximo dia 5 de outubro. Oxalá aumente de facto o nosso recurso a Nossa Senhora com a oração do Terço, neste mês que a Igreja dedica tradicionalmente a esta devoção mariana. Cheios de fé, elevemos as nossas súplicas, por intercessão da nossa Mãe, para que o Espírito Santo ilumine os Padres sinodais na exposição da doutrina da Igreja sobre o casamento e a família, de importância capital para que a sociedade civil volte a caminhar, em todo o lado, pelos caminhos que Deus indicou, na Sua amorosa providência pelos homens.
Entre outros pontos de referência para a nossa oração, recordo-vos alguns que o Papa S. João Paulo II expôs na Exortação apostólica Familiáris consórtio, fruto do Sínodo dos Bispos celebrado em Roma em 1980. Depois de salientar que o matrimónio cristão, sacramento da Nova Lei, é um ato de culto a Deus e é meio e caminho de santidade para as pessoas que o Senhor chama a esse estado, o Papa destaca que, assim como desse sacramento «derivam para os cônjuges o dom e a obrigação de viver no quotidiano a santificação recebida, assim do mesmo sacramento dimanam a graça e o compromisso moral de transformar toda a sua vida num contínuo sacrifício espiritual» [11]. E isso só é possível, acrescentava o Santo Pontífice, recorrendo assiduamente ao sacramento da conversão e da reconciliação e ao sacramento da Eucaristia [12].
Como remate, S. João Paulo II manifestava a importância da oração em família – dos esposos, dos pais com os filhos –, que «é ao mesmo tempo fruto e exigência daquela comunhão que deriva dos sacramentos do Batismo e do Matrimónio (…). A oração familiar tem como conteúdo original a própria vida de família, que é interpretada como vocação de Deus em todas as suas diversas fases, e é operada como resposta filial ao Seu chamamento: alegrias e dores, esperanças e tristezas, nascimentos e aniversários (…), etc., assinalam a intervenção do amor de Deus na história da família, como devem também assinalar o momento favorável para a ação de graças, para a petição, para o abandono confiado da família ao Pai comum que está nos Céus» [13].
Parece-me que estes pontos salientados por João Paulo II conservam grande atualidade e podem orientar a oração de todas e de todos nas próximas semanas. Falai nisto com os vossos familiares, amigos e conhecidos para que, muito unidos ao Santo Padre, apoiem assim as tarefas do próximo Sínodo.
Não me detenho noutros aniversários deste mês – é tão maravilhosa a providência de Deus conduzindo a Obra! –, mas que cada um os procure para continuar muito perto de S. Josemaria, do Bem-Aventurado Álvaro, de todas as mulheres e de todos os homens que já gozam da contemplação da Santíssima Trindade.
[11]. S. João Paulo II, Exort. Apost. Familiaris Consortio, 22-XI-1981, n. 56.
[12]. Cfr. Ibid., nn 57-58.
[13]. Ibid., n. 59.
D. Javier Echevarría, Prelado do Opus Dei na carta do mês de outubro de 2014
© Prælatura Sanctæ Crucis et Operis Dei
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