Quando São Paulo vai a Atenas e começa a falar da Ressurreição de Cristo, os gregos sábios, filósofos, ficam assustados, mas a ressurreição dos cristãos é um escândalo, não podem entendê-la. E é por isso que Paulo faz este raciocínio, raciocina assim, de modo claro: “Se Cristo ressuscitou, como podem dizer alguns entre vós que não há ressurreição dos mortos? Se Cristo ressuscitou, também os mortos serão ressuscitados". Há resistência à transformação, a resistência para que a obra do Espírito que recebemos no Batismo nos transforme até o final, à Ressurreição. E quando falamos disto, a nossa linguagem diz: Mas, eu quero ir para o Céu, não quero ir para o inferno, mas paramos ali. Nenhum de nós diz: 'Eu ressuscitarei como Cristo’: não. Também para nós é difícil entender.
É mais fácil pensar em um panteísmo cósmico. Isto porque “ há a resistência a sermos transformados, que é a palavra que usa Paulo: ‘Vamos ser transformados. Nosso corpo será transformado’. Quando um homem ou uma mulher deve se submeter a uma cirurgia têm muito medo porque ou irão tirar algo ou colocar algo ... vai ser transformado, por assim dizer. Com a Ressurreição, todos nós seremos transformados: este é o futuro que nos espera e isto é o facto que nos leva a fazer tanta resistência: resistência à transformação do nosso corpo. Também, resistência à identidade cristã; Direi mais: talvez não tenhamos tanto pavor do Maligno do Apocalipse, do Anticristo que deve vir primeiro; talvez não tenhamos tanto pavor. Talvez não tenhamos tanto pavor da voz do Arcanjo ou do som da tromba: mas, será a vitória do Senhor. Mas pavor de nossa ressurreição: todos seremos transformados. Será o fim de nosso percurso cristão, essa transformação.
Papa Francisco - excertos homilia Casa de Santa Marta 19.09.2014
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