No dia 12, encontramo-nos com outra comemoração litúrgica: o Santíssimo Nome de Maria. Que gosto temos na alma ao pronunciá-lo! Se o nome de Jesus, como diz S. Bernardo, é «mel na boca, melodia para o ouvido, júbilo no coração» [2], algo de semelhante poderemos afirmar do nome de Maria. Por isso vos recomendo que, nestes dias, tenhamos uma especial atenção ao rezar a Avé Maria, sobretudo no Terço. A invocação repetida, mas sempre nova, desse doce nome escolhido por Deus é como um bálsamo que suaviza as contrariedades, uma música que delicia os ouvidos do coração, um alimento repleto de sabor para o paladar.
A meio do mês, no dia 15, recordaremos a Virgem dolorosa que, iuxta crucem Jesu, junto da Cruz de Jesus, se uniu intimamente ao sacrifício do seu Filho e nos recebeu como seus filhos [3]. Que vos vou dizer senão que, às nossas preces, temos de unir o condimento saboroso da mortificação? Deste modo será mais fácil comover o Senhor para que nos conceda os Seus dons. Não é em vão que a Igreja comemora as dores de Nossa Senhora no dia a seguir ao da Exaltação da Santa Cruz. Esta nossa Mãe quer inspirar-nos um grande amor a Cristo crucificado e um afeto cheio de ternura filial a Santa Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe, que está de pé, forte, trespassada de dor, só ou quase só, junto da Cruz.
Filhos, meditai por vossa conta, acrescentava S. Josemaria. Dizei alguma coisa ao Senhor e dizei alguma coisa à Sua Mãe: o que diríamos à nossa mãe se a víssemos assim: ofendida, maltratada, com os olhares de gente malvada sobre ela. E tudo por amor ao seu Filho, crucificada com o desejo, cheia de ultrajes e de humilhações [4].
Além disso, no dia 15 é o aniversário da eleição de D. Álvaro como primeiro sucessor de S. Josemaria à frente do Opus Dei. Sugiro que rezeis com frequência a oração da sua pagela, colocando sob a sua intercessão as necessidades da Igreja, da Obra, do mundo, de cada pessoa. Perante o triste espetáculo de um mundo dividido, com povos feitos inimigos entre si, com famílias desgarradas pela discórdia, a promessa divina de paz e de unidade, anunciada no Antigo Testamento e ratificada com força no Novo,é uma promessa cheia de esperança: indica um futuro que Deus já está a preparar para nós. Mas esta promessa, explica o Papa, está inseparavelmente ligada a um mandamento: o mandamento de retornar a Deus e obedecer de todo o coração à Sua lei (cfr. Dt 30, 2-3). O dom divino da reconciliação, da unidade e da paz está inseparavelmente ligado à graça da conversão: trata-se de uma transformação do coração, que pode mudar o curso da nossa vida e da nossa História, como indivíduos e como povo [5].
Por último, a 24 de setembro, celebra-se nalgumas regiões a memória de Nossa Senhora das Mercês, invocação mariana tão unida à História da Obra. Diante da sua imagem rezou o nosso Padre muitas vezes, de modo especial em 1946, antes da sua primeira viagem a Roma e no regresso. Colocamos nas suas mãos, com a ajuda de D. Álvaro e com especial confiança, os frutos espirituais das datas que se aproximam.
[2]. S. Bernardo, Sermão 15 sobre o Cântico dos Cânticos, III, n. 6 (“Opera omnia”, I, p.86 na ed. Cister, 1957).
[3]. Cfr. Jo 19, 26-27.
[4]. S. Josemaria, Notas de uma meditação, 15-IX-1970.
[5]. Papa Francisco, Homilia em Seul, 18-VIII-2014.
Torreciudad, 1 de setembro de 2014
D. Javier Echevarría, Prelado do Opus Dei na carta do mês de setembro de 2014
© Prælatura Sanctæ Crucis et Operis Dei
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