O tema proposto, prosseguindo o caminho de reflexão neste Ano da Fé, é sobre o homem que carrega em si um misterioso desejo de Deus. Desejo que, como diz o Catecismo da Igreja Católica, “está inscrito no coração do homem, porque o homem foi criado por Deus e para Deus”.
Muitos de nossos contemporâneos poderiam objetar dizendo que não sentem este desejo, que ele se tornou indiferente. Não é bem assim. Na verdade, este desejo nunca desapareceu e manifesta-se de diferentes formas no coração do homem.
Mas o que pode realmente saciar o desejo humano? As experiências fundamentais, como o amor e a amizade, mostram que em todo desejo humano está o eco de um desejo maior, que nunca se satisfaz plenamente. E esta dinâmica do desejo testemunha que o homem é um ser religioso.
Também na nossa época, aparentemente fechada ao transcendente, se pode abrir um caminho ao autêntico sentido religioso da vida, que mostre como a fé não é absurda ou irracional. É necessário promover uma espécie de “pedagogia do desejo” que, ensinando o sabor das satisfações mais autênticas da vida, e a busca continua dos bens mais altos, seja dirigida, não a sufocar o desejo, mas a purificá-lo e libertá-lo, para que possa alcançar sua verdadeira profundidade. Quando no desejo se abre uma fenda a Deus, este já é um sinal da presença da fé na alma, que é um dom de Deus.
(Bento XVI na Audiência geral de 07.11.2012)
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