Pois é, Senhor, sinto-me tão cansado por vezes!
Cansado de quê, meu filho?
Não sei, Senhor. Parece que nada corre com eu quero! Parece que quando anseio por descanso, é quando tudo se abate sobre mim.
Mas, meu filho, o querias tu? Sou Eu por acaso que coloco tudo sobre os teus ombros? Fui Eu quem escolheu a vida que tu vives? Não é a tua vida uma escolha que tu fazes todos os dias?
É verdade, Senhor. Mas podias ajudar-me a escolher melhor, a escolher o que fosse melhor para mim, segundo a tua vontade.
Mas, meu filho, não te dou eu a conhecer pela minha Palavra, pela Igreja, qual é a minha vontade? Se Eu te dirigisse não estaria a atentar contra a liberdade que te dei?
Pois, Senhor. Sabes, nós queremos tudo! Queremos que interfiras à posteriori para corrigir os erros que vamos fazendo por não Te ouvirmos. Mas se antes nos alertas para os erros que vamos cometer, não Te queremos ouvir e seguir.
É verdade, meu filho! Mas o meu amor por ti, por vós, consubstancia-se nesta total liberdade que vos dei e dou, de aceitarem e viverem ou não a minha vontade, tendo vós sempre como garantido que Eu estou sempre convosco, mesmo quando vos afastais de mim.
Olha, Senhor, sinto-me melhor, sinto-me mais descansado, sinto-me mais livre, sabes porquê?
Sei, meu filho, mas diz-me tu com palavras tuas.
É que ter-te comigo no coração, procurar a tua vontade, é a maior liberdade que posso viver com a vida que me deste, porque na tua vontade está a minha felicidade. Obrigado, Senhor!
Marinha Grande, 4 de Setembro de 2014
Joaquim Mexia Alves
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