Obrigado, Perdão Ajuda-me

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As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

sábado, 9 de agosto de 2014

«Os dons e o chamamento de Deus são irrevogáveis» (Rom 11,29)

São João Paulo II (1920-2005), papa
Motu proprio «Spes aedificandi» (01/10/1999), § 9

O encontro com o cristianismo não foi motivo para ela [Edith Stein] repudiar as suas raízes hebraicas; pelo contrário, ajudou-a a redescobri-las em plenitude. Isto, porém, não lhe poupou a incompreensão por parte dos familiares; sobretudo a desaprovação da própria mãe causou-lhe uma dor intensa. Na verdade, todo o seu caminho de perfeição cristã se distinguiu, não só pela solidariedade humana para com o seu povo de origem, mas também por uma verdadeira partilha espiritual da vocação dos filhos de Abraão, marcados pelo mistério do chamamento e dos «dons irrevogáveis» de Deus (cf. Rom 11, 29).

De modo particular, tornou próprio o sofrimento do povo judeu, na medida em que este aumentava naquela feroz perseguição nazi que permanece, juntamente com outras graves expressões do totalitarismo, uma das mais obscuras e vergonhosas manchas da Europa do nosso século. Sentiu então que, no extermínio sistemático dos judeus, a cruz de Cristo era carregada pelo seu povo, e assumiu-a na sua pessoa com a sua deportação e execução no tristemente célebre campo de Auschwitz-Birkenau.

Hoje, voltando-nos para Teresa Benedita da Cruz, reconhecemos no seu testemunho de vítima inocente, por um lado, a imitação do Cordeiro imaculado e o protesto erguido contra todas as violações dos direitos fundamentais da pessoa e, por outro, o penhor daquele renovado encontro de judeus e cristãos que, na linha anunciada pelo Concílio Vaticano II, está a conhecer uma prometedora fase de abertura recíproca. Declarar hoje Edith Stein co-Padroeira da Europa significa colocar no horizonte do Velho Continente um estandarte de respeito, de tolerância e de hospitalidade, que convida os homens e as mulheres a entenderem-se e a aceitarem-se para além das diferenças étnicas, culturais e religiosas, formando assim uma sociedade verdadeiramente fraterna.

Possa, portanto, crescer a Europa! Possa ela crescer como Europa do espírito, na esteira do melhor da sua história, que encontra na santidade a sua expressão mais elevada.

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