Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Cristo presente na História

Pergunto-me se um homem moderno pode crer, crer verdadeiramente, que Jesus de Nazaré é Deus feito homem. Isso é experimentado como um absurdo.

Certo; para um homem moderno, é uma coisa quase impensável, quase absurda, que facilmente se atribui ao pensamento mitológico de um tempo passado que já não seria aceitável. A distância histórica torna mais difícil pensar que um indivíduo que viveu num tempo distante possa estar presente agora, para mim, e que seja a resposta às minhas perguntas.

Parece-me importante observar que Cristo não é um indivíduo do passado, distante de mim, mas criou um caminho de luz que invade a História. Esse caminho começou com os primeiros mártires, com essas testemunhas que transformaram o pensamento humano, que compreenderam a dignidade humana do escravo, que se ocuparam dos pobres, dos que sofrem, e assim trouxeram uma novidade ao mundo, também pelo seu sofrimento; depois, com os grandes doutores que transformaram a sabedoria dos gregos, dos latinos, numa nova visão do mundo que, inspirada precisamente em Cristo, encontrou em Cristo a luz para interpretar o mundo; enfim, com figuras como São Francisco de Assis, que criou o novo humanismo, ou ainda com figuras do nosso tempo: pensemos na Madre Teresa [de Calcutá], em Maximiliano Kolbe...

É um caminho de luz ininterrupto que abre passagem na História, e uma ininterrupta presença de Cristo. Parece-me que este facto - de que Cristo não ficou no passado, mas foi sempre contemporâneo de todas as gerações e criou uma nova História, uma nova luz na História, na qual está presente e é sempre contemporâneo - leva a entender que não se trata de uma grande personalidade histórica qualquer, mas de uma realidade verdadeiramente Outra, que sempre traz luz. Assim, associando-nos a esta História, [...] não entramos em relação com uma pessoa distante, mas com uma realidade presente.

(Cardeal Joseph Ratzinger em entrevista a António Socci, em 'Il Giornale', 26.11.2003)

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