No dia 26 de junho, é já tradição em muitos sítios glorificar a Deus com a celebração do Santo Sacrifício em honra de S. Josemaria. Peço que, por sua intercessão, haja muitos frutos espirituais em todos esses locais e em todo o mundo. Na véspera, a 25 de junho, celebraram-se os setenta anos da ordenação sacerdotal de D. Álvaro. E dentro de poucos dias comemoraremos o aniversário do seu pedido de admissão na Obra, a 7 de julho de 1935. Estas efemérides ajudam-me a recordar o exemplo do meu amadíssimo predecessor, com o seu interesse atento, constante em se ocupar das necessidades espirituais e materiais das almas.
Quando fez os 50 anos da sua resposta ao chamamento do Senhor, escrevia-nos, com grande simplicidade: «a história da minha vocação é a história da oração confiada e perseverante do nosso Fundador que, durante uns 4 anos – sem sequer me conhecer, só porque uma das minhas tias lhe tinha falado de mim –, rezou para que o Senhor me concedesse esta graça tão grande, o maior presente, depois da fé, que Deus me podia ter dado. Juntamente com essa oração, e impulsionado também pelo nosso Padre, houve ainda conversas apostólicas com alguns dos seus filhos, que me convidaram para dar catequese e para visitar ‘os pobres de Nossa Senhora’, antes de me levarem à Residência de Ferraz e de me apresentarem ao nosso santo Fundador. O Senhor é que fez tudo isso» [1].
Em poucas palavras, D. Álvaro indica duas condições para obtermos do Céu o dom de seguir Cristo com plena dedicação à expansão do Seu Reino. Assinala em primeiro lugar a oração, arma principal de que nós, os cristãos, dispomos para alcançar os benefícios divinos. A outra condição, em que queria agora deter-me, é também muito necessária: servir os outros através da realização das obras de misericórdia.
O Senhor é que fez tudo, explicava D. Álvaro. Mas Ele conta com o esforço ativo e efetivo de cada um, de cada uma – com factos concretos – com sacrifício pessoal, pelas necessidades espirituais e materiais do próximo. Desde a sua primeira juventude, D. Álvaro levou muito a sério umas palavras do Mestre, que S. Mateus cita quando fala do juízo final. Refere como o Senhor convida os justos a fazer parte da Sua felicidade, e fundamenta a Sua decisão no facto de terem ajudado na Terra os mais necessitados: tive fome e destes-Me de comer, tive sede e destes-Me de beber (…). Em verdade vos digo, que tudo quanto fizestes a um só destes meus irmãos mais pequeninos foi a Mim que o fizestes [2].
[1]. D. Álvaro, Carta, 1-VII-1985 (“Cartas de família”, I, n. 173).
[2]. Mt 25, 35-40.
(D. Javier Echevarría, Prelado do Opus Dei na carta do mês de julho de 2014)
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