(...) A fé cristã está centrada em Cristo; é confissão de que Jesus é o Senhor e que Deus O ressuscitou de entre os mortos (cf. Rm 10, 9). Todas as linhas do Antigo Testamento se concentram em Cristo: Ele torna-Se o « sim » definitivo a todas as promessas, fundamento último do nosso « Amen » a Deus (cf. 2 Cor 1, 20). A história de Jesus é a manifestação plena da fiabilidade de Deus. Se Israel recordava os grandes actos de amor de Deus, que formavam o centro da sua confissão e abriam o horizonte da sua fé, agora a vida de Jesus aparece como o lugar da intervenção definitiva de Deus, a suprema manifestação do seu amor por nós. A palavra que Deus nos dirige em Jesus já não é uma entre muitas outras, mas a sua Palavra eterna (cf. Heb 1, 1-2). Não há nenhuma garantia maior que Deus possa dar para nos certificar do seu amor, como nos lembra São Paulo (cf. Rm 8, 31-39). Portanto, a fé cristã é fé no Amor pleno, no seu poder eficaz, na sua capacidade de transformar o mundo e iluminar o tempo. « Nós conhecemos o amor que Deus nos tem, pois cremos nele » (1 Jo 4, 16). A fé identifica, no amor de Deus manifestado em Jesus, o fundamento sobre o qual assenta a realidade e o seu destino último.
Lumen Fidei, 15
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