Uma antiga vítima de abuso
sexual por um padre vai integrar a nova comissão criada para a proteção de
crianças em instituições da Igreja Católica, anunciou hoje o Vaticano.
Numa comunicação, o papa Francisco revelou os
primeiros oito nomes das pessoas que se vão sentar na comissão, que foi
anunciada a 5 de dezembro.
Entre eles consta o de Marie Collins, uma irlandesa
vítima de abusos que tem sido uma porta-voz na defesa dos direitos das vítimas.
Constam também da lista o arcebispo de Boston, Sean Patrick
O'Malley, que tem defendido as vítimas norte-americanas, e os psiquiatras
Catherine Bonnet, de França, e Sheila Hollins, de Inglaterra.
A antiga primeira-ministra polaca Hanna Suchocka, o
advogado italiano Claudio Papale, o teólogo jesuíta argentino Miguel Yanez e o
jesuíta alemão Hans Zollner são os restantes membros revelados.
O principal objetivo destas oito pessoas é preparar os
estatutos da comissão e definir as suas competências e funções, indicou o
comunicado do papa Francisco.
Mais membros de outros países serão nomeados mais
tarde para a comissão.
Milhares de crianças foram abusadas sexualmente por
padres em vários países, particularmente na Irlanda e nos Estados Unidos,
principalmente, entre 1960 e 1990.
Este escândalo degradou fortemente a imagem da Igreja
no mundo.
Um relatório das Nações Unidas (N. 'Spe Deus': fortemente contestado pela Santa Sé por não reconhecer todos os esforços efetivos já realizados pela Igreja), divulgado no início de
fevereiro, acusou o Vaticano de não ter denunciado os casos à justiça e de ter
mantido em segredo as investigações eclesiásticas.
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