Penso
que D. Álvaro viveu isto desde que pediu a admissão no Opus Dei. Depois, no
decorrer dos anos, com a sua vibrante fidelidade à graça e a sua estreita união
com o nosso Fundador, foi crescendo em amor ao Sagrado Madeiro, dia após dia.
Depois da sua ida para o Céu, fomos conhecendo muitos detalhes em que se vê o
seu amor ao sacrifício que nos une à Cruz de Cristo. Especialmente desde a sua
chegada a Roma em 1946, e posteriormente, durante bastantes anos, caiu sobre os
seus ombros, entre muitos outros trabalhos, o encargo de conseguir fundos para
a construção da sede central do Opus Dei. Isto causou-lhe grandes preocupações
que – embora não lhe tirassem a paz – lhe trouxeram grandes sofrimentos:
doenças do fígado, fortes dores de cabeça e outros problemas que muito
influíram na sua saúde. Enfrentou essas situações sem se queixar, com um
sorriso nos lábios, feliz por poder oferecê-las ao Senhor, pela Igreja e pelo
desenvolvimento da Obra.
Recordo uma ocasião em que estava de cama, com uma febre muito alta, mas em que não teve outro remédio senão levantar-se e sair à rua para resolver um problema económico urgente que só ele, pessoalmente, podia resolver. Uma das senhoras que cuidavam da atenção doméstica da sede central da Obra, sabendo que D. Álvaro tinha estado com febre no dia anterior, e sem saber se ainda continuava assim, ao tomar conhecimento daquela saída, comentou com S. Josemaria: “Ontem estava com muita febre”, ao que o nosso Fundador respondeu paternalmente: a ti, não te tinha deixado ir. A ele, sim. A tal ponto sabia que se podia apoiar nesse seu filho, a quem muitos anos antes qualificara de saxum, rocha.
E qual era a profunda razão deste seu comportamento? No decreto sobre as suas virtudes heroicas, lê-se que «a dedicação do Servo de Deus ao cumprimento da missão que tinha recebido radicava num profundo sentido da filiação divina, que o levava a procurar a identificação com Cristo num confiado abandono à Vontade do Pai, cheio de amor ao Espírito Santo, constantemente imerso na oração, fortificado pela Eucaristia, e por um terno amor à Santíssima Virgem Maria» [7]. A seguir, esse documento da Santa Sé afirma que D. Álvaro «deu provas de heroísmo na forma como enfrentou as doenças – em que via a Cruz de Cristo – (…) e os ataques que sofreu pela sua fidelidade à Igreja. Era homem de profunda bondade e afabilidade, que transmitia paz e serenidade às almas. Ninguém se lembra de um gesto pouco amável da sua parte, um movimento de impaciência perante as contrariedades, uma palavra de crítica ou de protesto por alguma dificuldade: tinha aprendido do Senhor a perdoar, a rezar pelos perseguidores, a abrir sacerdotalmente os seus braços para acolher a todos com um sorriso e com uma compreensão cristã» [8].
Recordo uma ocasião em que estava de cama, com uma febre muito alta, mas em que não teve outro remédio senão levantar-se e sair à rua para resolver um problema económico urgente que só ele, pessoalmente, podia resolver. Uma das senhoras que cuidavam da atenção doméstica da sede central da Obra, sabendo que D. Álvaro tinha estado com febre no dia anterior, e sem saber se ainda continuava assim, ao tomar conhecimento daquela saída, comentou com S. Josemaria: “Ontem estava com muita febre”, ao que o nosso Fundador respondeu paternalmente: a ti, não te tinha deixado ir. A ele, sim. A tal ponto sabia que se podia apoiar nesse seu filho, a quem muitos anos antes qualificara de saxum, rocha.
E qual era a profunda razão deste seu comportamento? No decreto sobre as suas virtudes heroicas, lê-se que «a dedicação do Servo de Deus ao cumprimento da missão que tinha recebido radicava num profundo sentido da filiação divina, que o levava a procurar a identificação com Cristo num confiado abandono à Vontade do Pai, cheio de amor ao Espírito Santo, constantemente imerso na oração, fortificado pela Eucaristia, e por um terno amor à Santíssima Virgem Maria» [7]. A seguir, esse documento da Santa Sé afirma que D. Álvaro «deu provas de heroísmo na forma como enfrentou as doenças – em que via a Cruz de Cristo – (…) e os ataques que sofreu pela sua fidelidade à Igreja. Era homem de profunda bondade e afabilidade, que transmitia paz e serenidade às almas. Ninguém se lembra de um gesto pouco amável da sua parte, um movimento de impaciência perante as contrariedades, uma palavra de crítica ou de protesto por alguma dificuldade: tinha aprendido do Senhor a perdoar, a rezar pelos perseguidores, a abrir sacerdotalmente os seus braços para acolher a todos com um sorriso e com uma compreensão cristã» [8].
[7] Congregação para as Causas dos Santos, Decreto sobre as virtudes do Servo de Deus Álvaro del Portillo, Roma, 28‑VI‑2012.
[8] Congregação para as Causas dos Santos, Decreto sobre as virtudes do Servo de Deus Álvaro del Portillo, Roma, 28‑VI‑2012.
(D. Javier Echevarría, Prelado do Opus Dei na carta do mês de fevereiro de 2014)
© Prælatura Sanctæ
Crucis et Operis Dei
Sem comentários:
Enviar um comentário