Na
primeira evangelização, aquela que se fez depois da Ascensão de Jesus aos Céus,
a caridade fraterna foi – especialmente com os mais necessitados física ou
espiritualmente, e também com os perseguidores – um dos elementos determinantes
para a rápida expansão do cristianismo. «Vede como se amam!», põe Tertuliano na
boca daqueles pagãos, maravilhados pela mensagem de Cristo. E acrescenta: «Vede
como estão dispostos a morrer cada um pelo outro, enquanto os restantes estão mais
dispostos a matar-se uns aos outros» [11].
Nunca como agora a comunicação foi mais fácil, rápida e completa. Esta
realidade deveria favorecer também o sentido de unidade entre todos os homens.
No entanto, como escreveu Bento XVI, «a sociedade cada vez mais globalizada
torna-nos vizinhos, mas não nos faz irmãos. A razão, por si só, é capaz de ver
a igualdade entre os homens e estabelecer uma convivência cívica entre eles,
mas não consegue fundar a fraternidade. Esta tem origem numa vocação
transcendente de Deus Pai, que nos amou primeiro, ensinando-nos por meio do
Filho o que é a caridade fraterna» [12].
S. Josemaria pregou incansavelmente, como já recordei, a importância
capital do mandamento novo, que mandou registar num quadro, na primeira
atividade apostólica do Opus Dei, a Academia DYA, há oitenta anos. Mas já
antes, no lar cristão da sua família, tinha aprendido a servir os outros
esquecendo-se de si mesmo. O exemplo profundamente cristão dos seus pais
facilitou que no seu coração – primeiro de criança e depois de adolescente e de
jovem – se enraizasse o sentido da fraternidade com todos, manifestada em ações
concretas: dar esmola a quem precisa, ajudar os colegas nos trabalhos
escolares, mostrar-se disponível nas necessidades espirituais dos outros…
[11]. Tertuliano, Apologético
39, 7 (CCL 1, 151).
[12]. Bento XVI, Encíclica Caritas in veritate, 29-VI-2009, n. 19.
(D. Javier Echevarría, Prelado do Opus
Dei na carta do mês de janeiro de 2014)
© Prælatura Sanctæ
Crucis et Operis Dei
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