Circulam na internet os mais variados textos com a assinatura do Papa Francisco, mas que não foram escritos/ditos pelo Papa.
Assim de repente lembro-me do texto que começa com: “Precisamos de santos sem véu ou batina” e continuava por aí adiante. Este texto dizia-se proveniente duma “Carta do Papa João Paulo II aos jovens”, carta essa que nunca existiu. Depois de alguma investigação cibernáutica, percebe-se que esse texto foi inventado algures no Brasil e espalhou-se como fogo quando associado à figura de João Paulo II. Como o fogo parecia extinguir-se, alguém resolver inventar que afinal o texto era do Papa Francisco e eis que o fogo voltou a arder.
No Verão surgiram as “10 lições de vida do Papa Francisco”, mas que não incluem uma única citação do Papa.
Mais recentemente apareceu um texto que começa assim: “Não chores pelo que perdeste, luta pelo que tens. Não chores pelo que está morto, luta por aquilo que nasceu em ti….” Também assinado pelo Papa Francisco. Este texto já deu voltas e voltas à internet nos últimos anos, pelo menos em inglês, mas agora alguém resolveu dizer que foi escrito pelo Papa, e assim foi.
Existem outros textos bem mais nocivos, como um que tem sido bastante divulgado com o título: “We Will Have A Woman Pope One Day”. Cita uma suposta carta aberta do Papa Francisco ao fundador do jornal A República, Eugenio Scalfari, onde o Papa teria dito:
- Que todas as religiões são verdadeiras, é indiferente qual a que se professe;
- Que é tudo igual, homossexualidade, heterossexualidade, ser a favor do aborto, ser contra o aborto, ser comunista, etc…
- Que a Igreja vai começar a ordenar mulheres cardeais, bispos, padres e um dia até uma mulher será Papa.
Temos que ter cuidado quando partilhamos um texto que aparece associado ao Papa Francisco, porque podemos estar a enganar as pessoas que vão ler o texto. Já vimos que existem pessoas com más intenções a usar a imagem do Papa para confundirem os mais incautos, por isso convém verificar as fontes antes de assumir que o texto é verdadeiro.
Hoje em dia temos mais acesso ao que diz o Papa do que em qualquer outro momento na história da Igreja. São quase sempre palavras pertinentes que nos ajudam a perceber o que podemos melhor nas nossas vidas para amarmos mais a Deus e ao próximo. Qual é a necessidade de inventar coisas que o Papa não disse?
João Silveira na sua página no Facebook
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