«Como muitos outros presos, também festejei o nascimento do Senhor na prisão de Multan, aqui, no Paquistão» - assim escreveu, recentemente, Asia Bibi ao Papa Francisco, pedindo a sua oração e intercessão. Há quatro anos e meio detida por um alegado crime de blasfémias, que não cometeu, esta mulher cristã foi condenada à morte pela islâmica justiça paquistanesa. Longe da sua família e em condições particularmente penosas, Asia Bibi aguarda, na prisão, o desfecho do recurso que interpôs, num caso que envergonha o seu país e a comunidade internacional.
Mas não é só no Oriente que se verificam tais atropelos à liberdade religiosa. Quando o Arcebispo de Malines-Bruxelas, a 18 de Abril de 2013, discursava, na Universidade Livre belga, precisamente sobre “A blasfémia, delito ou liberdade de expressão”, foi violentamente insultado por umas quantas mulheres em tronco nu que, interrompendo a sua alocução, enxovalharam e encharcaram de água-benta Mons. Léonard. Não consta que as protagonistas do desacato tenham sido, até à data, responsabilizadas pelo acto, que a imprensa local referiu com indiferença.
É verdade que, na Rússia, a irreverente brincadeira de umas meninas lhes saiu cara, mas em Sabadell, Espanha, cinquenta manifestantes invadiram a igreja de São Félix, em plena Missa do galo. Proferindo impropérios contra a Igreja e a nova lei espanhola do aborto, mais restritiva do que a anterior, foram desalojados pacificamente, mas as forças da ordem nem sequer identificaram os desordeiros, impossibilitando assim qualquer acção judicial contra os protagonistas desta acção, que não mereceu censura por parte de certa imprensa.
No mundo há um défice de liberdade, nomeadamente de liberdade religiosa. Islâmico ou laico, o fundamentalismo, com a conivência dos órgãos judiciais, de alguma comunicação social e de quem, pelo seu silêncio, é cúmplice também, é o principal inimigo dos direitos humanos e da liberdade dos cidadãos.
Pe. Gonçalo Portocarrero de Alamada in 'i' online AQUI
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