A vaticanista Aura Miguel, da Rádio Renascença, acredita que 2014 vai continuar a ser um tempo de mudança e de revitalização para a Igreja Católica, proposto por um Papa “que sabe o que quer e não se deixa manipular”.
Em entrevista à Agência ECCLESIA, a jornalista da emissora católica portuguesa destaca a eleição do Papa Francisco como o maior acontecimento do último ano, porque “veio sacudir” a todos os níveis “a rotina da Igreja”.
Uma das principais decisões do pontificado foi a criação de uma comissão de oito cardeais, dos cinco continentes, “para ajudar na reforma da Cúria Romana e no governo da Igreja Universal”.
Lutas de poder, suspeitas de corrupção em instituições como o Banco do Vaticano e casos de pedofilia e assédio sexual envolvendo representantes católicos em várias dioceses do mundo são alguns dos desafios que o Papa já mostrou querer enfrentar e resolver.
De acordo com Aura Miguel, “o que está agora a ser posto em prática tem a ver com o sentimento de que há muita coisa para arrumar e para limpar”.
Quanto ao relacionamento da Igreja Católica com os fiéis, a especialista em assuntos religiosos destaca a maneira de ser de Francisco, “forte mas terno, realista, pragmático, um Papa todo o terreno”.
“Há uma forma nova de dizer a doutrina”, como ficou patente na primeira exortação apostólica que o Papa publicou, intitulada ‘Evangelii Gaudium’ (A alegria do Evangelho), mas no geral “são as suas características pessoais é que fazem a diferença”.
“A forma próxima e afetiva como lida com as pessoas veio cortar com “a rigidez que carateriza e Europa”, salienta a vaticanista.
Aura Miguel conclui a sua análise recordando alguns dos pontos que vão estar na agenda de Francisco durante os próximos meses, como a viagem à Terra Santa em maio, uma visita ao continente asiático, que já estava no horizonte do seu antecessor, Bento XVI, e o Sínodo extraordinário dedicado aos desafios pastorais da família, marcado para outubro.
PR/JCP / Agência Ecclesia
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