Martha Gellhorn suicidou-se aos 89 anos. Foi a única mulher que pediu o divórcio a Hemingway, a única que fez a vida que quis, deixando cinco anos de casamento para trás (de 1940 a 1945) e fazendo uma vida de correspondente de guerra durante 60 anos. Depois de um diagnóstico de cancro e de estar quase cega, suicidou-se em 1998. Dizia ela que nada se comparava ao horror da guerra civil espanhol ou a Dachau, depois disso escreveu sobre muitos outros cenários de guerra. Sobre o amor, disse que o aborrecimento/tédio/rotina é o maior inimigo de todos. Poucos sabem quem ela é. Phillip Kaufmann fez um filme sobre esta mulher, com Nicole Kidman, Clive Owen a fazer do escritor excêntrico que escrevia de pé, bebia rum, achava que um grande escritor é sempre um mentiroso. É um filme que se vê quase como um documentário. Depois do filme, fiquei a pensar que o amor não morreu por monotonia da relação, morreu por causa da competição. Para o Senhor Hemingway era impossível ter uma mulher que fosse melhor que ele. E, tal como ele, muitos homens e mulheres vivem nesta fúria da competição, quando o casamento deveria ser sobre admiração, amor, companhia, compreensão mesmo no pior cenário. Eu nem sempre digo as coisas mais certas, já se sabe, portanto isto pode ser tudo uma grande tanga.
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