A matéria principal deste juízo versará sobre o amor a Deus e ao
próximo, manifestado no cumprimento fiel dos mandamentos e dos deveres de
estado. Hoje em dia, muitos evitam pensar nesta realidade, como se assim
pudessem evitar o justo juízo de Deus, sempre impregnado de misericórdia. Os
filhos de Deus não devemos ter medo da vida nem ter medo da morte,
como dizia S. Josemaria. Se estamos firmemente ancorados na nossa fé; se
recorremos ao Senhor, contritos, no sacramento da Penitência, depois de O
termos ofendido ou para purificar as nossas imperfeições; se recebemos com
frequência o Corpo de Cristo na Eucaristia, não haverá razão para temer esse
momento. Consideremos o que o nosso Padre escreveu há muitos anos: “Achei
graça ao ouvi-lo falar na ‘conta’ que Nosso Senhor lhe pedirá. Não, para vós
não será Juiz – no sentido austero da palavra – mas
simplesmente Jesus”.
– Esta frase, escrita por um Bispo santo, que consolou mais de um coração
atribulado, bem pode consolar o teu [8].
Além disso – e é para mais nos alegrarmos –, nem depois da morte a Igreja
abandona os seus filhos: em cada Missa intercede, como boa Mãe, pelas almas dos
fiéis defuntos, para que sejam admitidos na glória. Especialmente em novembro,
a sua solicitude leva-a a intensificar os sufrágios. Na Obra, pequenina
parte da Igreja, damos amplo eco a este desejo vivendo com afeto e gratidão
as recomendações de S. Josemaria para estas semanas, oferecendo com
generosidade o Santo Sacrifício da Missa e a Sagrada Comunhão pelos fiéis do
Opus Dei, pelos nossos familiares e cooperadores falecidos e por todas as almas
do Purgatório. Vedes como a consideração dos novíssimos não tem nada de triste,
mas é fonte de alegria sobrenatural? Aguardamos com plena confiança o
chamamento definitivo de Deus e a consumação do mundo no último dia, quando
Cristo vier acompanhado de todos os anjos tomar posse do Seu reino. Então será
a ressurreição de todos os homens e de todas as mulheres que povoaram a Terra,
desde o primeiro ao último.
O Catecismo da Igreja Católica afirma que «este foi, desde o início, um
elemento essencial da fé cristã» [9]. Por isso, desde o princípio encontrou
incompreensões e oposições. Acontece que «é bastante comum a aceitação de que,
depois da morte, a vida da pessoa humana continua de modo espiritual. Mas como
acreditar que este corpo, tão manifestamente mortal, possa ressuscitar para a
vida eterna?» [10]. E realmente assim acontecerá no fim dos tempos, pela
omnipotência de Deus, como o Símbolo Atanasiano explicitamente afirma: «Todos
ressuscitarão nos seus corpos, e cada um prestará contas das suas próprias
ações. E os que fizeram o bem irão para a vida eterna, mas os que fizeram o mal
irão para o fogo eterno» [11].
[8]. S. Josemaria, Caminho, n.
168.
[9]. Catecismo da Igreja Católica, n. 991.
[10]. Catecismo da Igreja Católica, n. 996.
[11]. Símbolo Quicumque ou Atanasiano, 38-39.
(D. Javier Echevarría, Prelado do Opus
Dei na carta do mês de novembro de 2013)
© Prælatura Sanctæ
Crucis et Operis Dei
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