O tempo presente, a etapa da História que nos cabe a cada um percorrer, «é um tempo de espera e de vigília» [9], em que devemos trabalhar com a alegria e o entusiasmo dos bons filhos, para ir implantando na Terra, com a ajuda da graça, o reino de Deus, que Jesus Cristo levará à perfeição no último dia. É isso que acontece na parábola dos talentos, que o nosso Padre tantas vezes comentou [10]. O Romano Pontífice recordou-o numa das suas catequeses, por ocasião do Ano da Fé. A espera do regresso do Senhor é o tempo da ação (…), o tempo de fazer render os dons de Deus, não para nós mesmos mas para Ele, para a Igreja, para os outros, o tempo de procurar sempre fazer que cresça o bem no mundo. E em particular hoje, nesta época de crise, é importante não nos fecharmos em nós mesmos enterrando o nosso talento, as nossas riquezas espirituais, intelectuais e materiais, tudo o que o Senhor nos concedeu, mas abrir-nos, ser solidários e estar atentos ao próximo [11].
Filhas e filhos meus, não deixemos cair no esquecimento estas recomendações. Esforcemo-nos para que também outras pessoas – muitas! – não só as ouçam como lutem para as pôr em prática. Em última instancia, tudo se resume a permanecer atentos, por amor a Deus, às necessidades dos outros, começando pelos mais próximos – os que estão ao nosso lado, por razões familiares, profissionais ou sociais – tendo muito presente que, como S. João da Cruz escreveu e o Catecismo transcreve, «no entardecer da vida serás julgado sobre o Amor» [12]. Assim o manifesta o próprio Cristo, na impressionante cena do Juízo final que S. Mateus expõe [13]. Como sabemos servir? Aplicamos a alegria sobrenatural e humana nesses pormenores, que devem ser diários?
O pensamento destas nossas últimas realidades não há de envolver, repito, temores que paralisem a alma, mas ser uma oportunidade para ir retificando o nosso caminho terreno, ajustando-nos ao que Deus espera de nós. E há de impulsionar-nos a viver melhor o presente. Deus oferece-nos este tempo com misericórdia e paciência, para aprendermos todos os dias a reconhecê-Lo nos pobres e nos pequeninos, a fim de trabalharmos para o bem e sermos vigilantes na oração e no amor [14].
[9]. Catecismo da Igreja Católica, n. 672.
[10]. Cfr. Mt 25, 14-30.
[11]. Papa Francisco, Discurso na Audiência geral, 24-IV-2013.
[12]. S. João da Cruz, Avisos e sentenças, 57, em Catecismo da Igreja Católica, n. 1022.
[13]. Cfr. Mt 25, 31-46.
[14]. Papa Francisco, Discurso na Audiência geral, 24-IV-2013.
[10]. Cfr. Mt 25, 14-30.
[11]. Papa Francisco, Discurso na Audiência geral, 24-IV-2013.
[12]. S. João da Cruz, Avisos e sentenças, 57, em Catecismo da Igreja Católica, n. 1022.
[13]. Cfr. Mt 25, 31-46.
[14]. Papa Francisco, Discurso na Audiência geral, 24-IV-2013.
(D. Javier Echevarría, Prelado do Opus Dei na carta do mês de junho de 2013)
© Prælatura Sanctæ Crucis et Operis Dei
Sem comentários:
Enviar um comentário