No primeiro dia de 2013 Bento XVI celebrou de manhã, na basílica de São Pedro, a Missa da solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus, 46.º Dia Mundial da Paz. Uma celebração com a máxima solenidade, com a presença dos Embaixadores dos países representados junto da Sé Apostólica de Roma.
Na homilia, Bento XVI, entremeou os comentários às leituras desta celebração litúrgica com referências à sua mensagem para este Dia Mundial da Paz. “Não obstante o mundo esteja ainda, infelizmente, marcado por ‘focos de tensão e de contraposição causados por crescentes desigualdades entre ricos e pobres, pelo prevalecer de uma mentalidade egoísta e individualista expressa também por um capitalismo financeiro desenfreado’, para além de diversas formas de terrorismo e de criminalidade” (disse o Papa), estou persuadido de que ‘as múltiplas obras de paz de que o mundo é rico, testemunham a inata vocação da humanidade à paz. Em cada pessoa, o desejo de paz constitui uma aspiração essencial e coincide, de certa maneira, com o desejo de uma vida humana plena, feliz e bem sucedida. O homem é feito para a paz, que é dom de Deus”
Recordando o tema deste Dia Mundial da Paz – “Bem-aventurados os construtores da paz”, Bento XVI fez notar que “a paz é ao mesmo tempo dom messiânico e obra humana”.
“É paz com Deus, vivendo segundo a sua vontade. É paz interior consigo mesmo, e paz exterior com o próximo e com toda a criação. Sim a paz é o bem por excelência a invocar como dom de Deus e, ao mesmo tempo, a construir esforçadamente”.
Interrogando-se sobre “o fundamento, a origem, a raiz da paz”, perguntando-se “como é que podemos sentir em nós a paz, apesar de todos os problemas, das obscuridades e angústias”, o Santo Padre apontou nas leituras da Missa a resposta a estas interrogações.
“A primeira leitura – sublinhou o Papa – recorda-nos que a paz é dom de Deus e está ligada ao esplendor do rosto de Deus, segundo o texto do Livro dos Números, que refere a bênção usada pelos sacerdotes do povo de Israel nas assembleias litúrgicas”… “O Senhor dirija para ti o seu olhar e te conceda a paz”.
“Para a Sagrada Escritura, contemplar o rosto de Deus é a suma felicidade… Da contemplação do rosto de Deus brotam alegria, segurança e paz”.
Mas que significa contemplar o rosto do Senhor, tal como pode ser entendido no Novo Testamento – interrogou-se o Papa. “Quer dizer conhecê-lo diretamente (na medida em que tal é possível nesta vida), mediante Jesus Cristo, no qual Ele se revelou. Gozar do esplendor do rosto de Deus quer dizer penetrar no mistério do seu Nome, manifestado a nós em Jesus, compreender algo da sua vida e da sua vontade, para que possamos viver segundo o seu projeto de amor sobre a humanidade”…
“Eis, caros irmãos, o fundamento da nossa paz: a certeza de contemplar em Jesus Cristo o esplendor do rosto de Deus Pai, de sermos filhos no Filho e de ter assim, no caminho da vida, a mesma segurança que a criança experimenta nos braços de um Pai bom e omnipotente. O esplendor do rosto do Senhor sobre nós, que nos concede paz, é a manifestação da sua paternidade.”
“Que a Virgem Maria, que hoje veneramos com o título de Mãe de Deus, nos ajude a contemplar o rosto de Jesus, Príncipe da Paz. Nos sustente e acompanhe neste novo ano, e obtenha para nós e para o mundo inteiro o dom da paz” – concluiu Bento XVI.
Na oração dos fiéis, rezou-se naturalmente pela paz no mundo e para que a Igreja seja fiel à sua missão de viver e anunciar a paz de Cristo. A primeira intenção foi proclamada em português: “A Santa Mãe do Redentor conduza a Igreja na sua missão de promover, através da ação pastoral do Papa e dos bispos, a justiça, o diálogo e a paz entre todas as pessoas”.
Rádio Vaticano
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