A Assembleia da República vai entregar o Prémio Direitos Humanos 2012 à Cáritas Portuguesa, destacando a intervenção solidária da organização católica, em especial na “presente situação de emergência social”, anunciou o Parlamento na sua página na internet.
O júri do prémio, constituído no âmbito da Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, elogia a “resposta sempre presente aos pedidos de assistência dos cidadãos que não têm possibilidades de garantir as suas necessidades básicas”.
Eugénio Fonseca, presidente da Cáritas, comunicou a decisão às direções e colaboradores da organização em Portugal, falando num “momento de exaltação dos direitos humanos” que deve “tornar ainda mais visível as causas dos pobres e excluídos”.
“Esta distinção premeia todos os que, nas Cáritas diocesanas e nos grupos de ação social paroquial têm entregue, com verdade, a sua vida na defesa da justiça e na difusão do amor pelos últimos da nossa sociedade”, refere a missiva, a que a Agência ECCLESIA teve acesso.
O presidente do organismo católico de solidariedade e ajuda humanitária lembra ainda “todos e todas que ao longo das suas vidas têm vivido provações, de forma muito especial os que estão sem trabalho e, por isso, a sentirem privações que comprometem a sua subsistência”.
A cerimónia de atribuição do prémio, presidida pela presidente da Assembleia da República, vai ter lugar no próximo dia 10 de dezembro de 2012, pelas 12h00, no Salão Nobre do Palácio de S. Bento.
Foi ainda decidida, por proposta do júri, a atribuição da medalha de ouro comemorativa do 50.º aniversário da Declaração Universal dos Direitos do Homem a Isabel Fernandes, voluntária da organização não-governamental ‘Ataca’ e fundadora da Associação ‘Kutsemba’ que, “com o seu trabalho como voluntária, designadamente em projetos de ajuda de Portugal a Moçambique, inverteu a sua própria situação de psicóloga desempregada, dedicando o seu tempo aos outros”.
A medalha vai ser também entregue a Miguel Neiva, mestre em Design, Comunicação e Marketing, “criador do Código ColorAdd, sistema de identificação de cores para daltónicos, projeto pioneiro e inclusivo, desenvolvido para minorar o problema da total ou parcial ‘cegueira da cor’ de 10% da população masculina mundial”.
O prémio que a Assembleia da República atribui desde 1999 pretende “reconhecer o alto mérito de organizações não governamentais ou do original de trabalho literário, histórico, científico, jornalístico, televisivo ou radiofónico, que contribuam para a divulgação ou o respeito dos direitos humanos”.
Em 1998, o Parlamento instituiu o dia 10 de dezembro de cada ano como "Dia Nacional dos Direitos Humanos".
O Prémio Direitos Humanos já distinguiu, em anos anteriores, organizações como o Conselho Português para os Refugiados, a secção portuguesa da Amnistia Internacional, o Banco Alimentar contra a Fome, a ‘Rede Europeia Anti-Pobreza – Portugal’ e, em 2011, a Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS).
OC / Ecclesia
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