A concluir a audiência geral desta quarta-feira, na praça de São Pedro, com uns quinze mil peregrinos, Bento XVI referiu-se expressamente aos “acontecimentos ocorridos nestes dias”, envolvendo a Cúria Romana e os seus colaboradores. Se esses factos – observou – entristeceram o seu coração, não se ofuscou contudo “a firme certeza de que, não obstante a debilidade do homem, as dificuldades e provações, a Igreja é guiada pelo Espírito Santo (e de que) o Senhor nunca a deixará sem a ajuda que a sustente no seu caminho”. Bento XVI deplorou que se tenham “multiplicado ilações completamente gratuitas, amplificadas por alguns meios de comunicação, indo muito para além dos factos e dando da Santa Sé uma imagem que não corresponde à realidade”. “Desejo, por isso, renovar a minha confiança e o meu encorajamento aos meus mais diretos colaboradores e a todos os que, quotidianamente, com fidelidade, espírito de sacrifício e em silêncio, me ajudam no cumprimento do meu ministério”.
Prosseguindo o tema que vem desenvolvendo, às quartas feiras, na audiência geral, a catequese do Papa foi dedicada à oração, a partir dos textos paulinos. Eis o resumo desta catequese, pronunciada em língua portuguesa, seguida da saudação aos peregrinos lusófonos:
"Queridos irmãos e irmãs,
A oração é um verdadeiro encontro com Deus Pai, em Jesus Cristo, por meio do Espírito Santo. Assim se encontram o «sim» fiel de Deus, que vem em nosso auxílio e nos conforta, e o «ámen» dos fiéis que, nas provas da vida, se abandonam à vontade divina. A oração perseverante e diária faz-nos sentir, de forma concreta, a consolação do Pai do Céu e a fidelidade do seu amor que foi ao ponto de nos dar o seu Filho na cruz. Por nossa vez, somos chamados a corresponder com o «ámen» duma adesão fiel de toda a nossa vida à sua vontade. Esta fidelidade não se pode alcançar só com as nossas forças, mas vem de Deus e está fundada sobre o «sim» de Cristo, cujo alimento é fazer a vontade do Pai. É neste «sim» que devemos entrar, até podermos repetir, com São Paulo, «já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim». Então o «ámen» da nossa oração pessoal e comunitária envolverá e transformará toda a nossa vida.
Amados peregrinos de língua portuguesa, em particular os participantes no curso de formação dos Capuchinhos e demais grupos do Brasil e de Portugal: a todos dou as boas-vindas, encorajando os vossos passos a manterem-se firmes no caminho de Deus. Tomai por modelo a Virgem Mãe! Fez-Se serva do Senhor e tornou-Se a porta da vida, pela qual nos chega o Salvador. Com Ele, desça a minha Bênção sobre vós, vossas famílias e comunidades eclesiais."
Nas saudações em língua italiano, o Papa recordou “uma vez mais as queridas populações da Região italiana de Reggio-Emilia, atingidas por ulteriores fortes abalos sísmicos, que têm causados vítimas e enormes danos, especialmente às igrejas”. “Estou próximo com a oração e o afeto aos feridos, como também aos que sofrem situações de mal-estar, e exprimo os mais sentidos pêsames aos familiares dos que perderam a vida. Faço votos de que, com a ajuda de todos e a solidariedade de toda a Nação, a vida normal possa retomar o mais depressa possível nestas terras tão duramente provadas”.
Rádio Vaticano
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