Partimos daí. As virtudes teologais são uma dádiva pura, dom puro, graça pura, que te dão no baptismo e te sela a alma com essas três virtudes. Ou seja, vêm com a inabitação da Trindade ao teu coração, mas ninguém as pode comprar nem conseguir com o seu esforço: são oferta pura de Deus.
Evidentemente quando nos metemos num caminho mais de suficiência ou mais pelagiano, o dom passa a segundo lugar e então debilita-se a fé, debilita-se a caridade, debilita-se a esperança. Então o mais importante é que eu faço.
E agora lembro um midrash de um rabino do século XII, mais ou menos da época de S. Tomás, ou século XIII, por aí. Ele, falando da torre de Babel explicava como os homens, com esse desejo de progredir, começaram bem mas terminaram mal, e onde esteve a falha?
Para construir a torre tinham de fazer os tijolos; para fazer os tijolos tinham de ir buscar a palha, fazer o barro, amassá-lo, cozê-lo e então um tijolo valia muito, era o fruto de um esforço muito grande.
Então quando ao subir caía um tijolo e se partia era uma tragédia porque se perdia muito, muito, do que se tinha investido. Caía um homem e não havia problema, supria-se com outro escravo.
Quando nós procuramos com esta atitude de este tipo suficiente ou pelagianao de edificarmos nós as referências de fé, de esperança, e de caridade, e não receber esse dom que se nos dá, terminamos por desprezar a imagem de Deus que é o homem, criado à imagem e semelhança. É assim como linha geral.
Em relação à primazia da caridade, evidentemente a fé, assim que contemplamos, desaparece, por isso desaparece em São Paulo. E a esperança é pegar nessa âncora, uma vez que chegamos à margem tiramos a âncora e, pronto, já não há necessidade.
Diversamente, a caridade é a consumação total dessa semente posta no Baptismo, e por isso permanece.
(Cardeal Bergoglio em entrevista exclusiva para a Eternal World
Television Network EWTN, vídeo AQUI)
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