Revelações do Amor Divino, cap. 48
A meu ver, a misericórdia [de Deus] consiste no amor que opera com a doçura e a plenitude da graça, numa superabundante compaixão. Ela põe mãos à obra para nos defender e para que todas as coisas resultem em nosso bem. Desse modo, por amor, permite que em certa medida vacilemos; e quanto mais vacilamos, mais caímos, e quanto mais caímos, mais morremos. [...] Apesar disso, nunca se separa de nós o doce olhar da piedade e do amor, não cessa nunca a obra da misericórdia.
Vi qual é o bem próprio da misericórdia e o da graça: são dois aspectos de um único amor. A misericórdia é atributo da compaixão, proveniente duma ternura materna; a graça é atributo da glória, proveniente do majestoso poder do Senhor no mesmo amor. A misericórdia defende, ampara, vivifica e cura, e em tudo isso é ternura amorosa; a graça edifica e recompensa infinitamente mais do que o merece quer a nossa vontade, quer o nosso trabalho, e assim propaga e manifesta a generosidade que Deus, nosso Senhor soberano, nos prodigaliza na Sua maravilhosa afabilidade. Tudo isso provém da abundância do Seu amor, já que a graça transforma a nossa terrível fraqueza em abundante e infinita consolação, a nossa vergonhosa queda em sublime e glorioso reerguer-se, a nossa triste morte em santa e bem-aventurada vida.
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
Sem comentários:
Enviar um comentário