Obrigado, Perdão Ajuda-me

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As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

sábado, 7 de janeiro de 2012

'Nunca contratei uma pessoa por ser do Opus Dei' (entrevista de Jardim Gonçalves ao 'Sol')

Foto não corresponde ao momento da entrevista

Numa entrevista exclusiva ao SOL, Jardim Gonçalves abre o livro da sua vida e conta por que entrou para o Opus Dei. O fundador do BCP não foge às comparações com a Maçonaria, mas recusa que a Obra seja um centro de poder ou de influência.

É em Espanha que recebe o convite para o Opus Dei?
Nessa altura o meu empenho era não conviver com portugueses, que estavam sempre a conspirar… Eu e a minha família só convivíamos com espanhóis. A minha mulher andava à procura de colégios e sugeriram-lhe os Colégios de Fomento e é aí que entro em contacto com a Obra, ficando disponível para receber a sua formação. Não há votos, nem votinhos!

Porque entrou para o Opus Dei?
Repare: nós vivemos até aos 70 anos com o leite da mamã? Não! A catequese que nos é dada até à primeira comunhão e depois umas conversas com que nos ‘besuntam’ pelo crisma, serão suficientes? Os cursos de preparação para os noivos que se fazem na paróquia uns dias antes de as pessoas casarem são suficientes para um casal viver 60 anos em boa harmonia? Não. Precisamos de suportes, apoios, doutrinas…

Há quem defenda que os maçons que sejam titulares de cargos públicos devem tornar pública essa condição. Concorda?
É difícil responder, porque não sei o que é ser maçon e nem sei aonde fica [risos]. Toda a gente sabe que a sede do Opus Dei é no Lumiar, pode ir ao site, as cartas do prelado são públicas… Durante o Estado Novo, os funcionários públicos tinham que declarar que não pertenciam a nenhuma organização subversiva ou que pusesse em causa a segurança do Estado, mas isso foi com o Salazar… Ainda assinei isso. Nem eu nem a minha mulher teríamos sido funcionários se não assinássemos. E não tem mal nenhum assinar isso.

No Reino Unido os detentores de cargos públicos são obrigados a revelar se pertencem à Maçonaria.
Ai sim? Então não há liberdade de se ser algo. A Carta Magna não deve obrigar as pessoas a dizer o seu credo. Duvido que em Portugal seja legal obrigar alguém a dizer que é budista, católico ou protestante. Mas a Maçonaria, daquilo que sei, nada tem a ver com religião.

Nunca foi convidado para a Maçonaria?
Não. Mas agora ando a ler alguns livros, como o O Maçon de Viena. Mas comparar a Maçonaria com o Opus Dei é um erro porque, daquilo que sei, não são comparáveis. O Opus Dei é Igreja e há um bispo para quem quer receber determinada formação.

Mas podemos reconhecer que ambas as organizações são centros de poder.
Não, não podemos.

Há quem defenda que uma pessoa, sendo do Opus Dei, pode ter uma progressão social e profissional mais rápida…
Não cheguei a presidente de bancos por ir à missa, isso posso garantir [risos].

Mas cria-se uma rede de contactos?
Não. Vocês podem ir às reflexões da Obra, não é fechado.

Portanto, na sua vida profissional nunca escolheu ninguém por ser do Opus Dei?Nunca, isso não é critério e seria uma injustiça.

Mas poderia dar-lhe uma melhor referência moral de alguma pessoa.
Não, não, sabe-se lá… Não é credencial! Claro que uma pessoa que tem fé, católica, matará com mais dificuldade, roubará com mais dificuldade… O que sempre procurei foi expressões de bom carácter.

por Luis Rosa, Raquel Carrilho e Ricardo David Lopes

(Fonte: ‘Sol’ AQUI)

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