“Há pouco foi lido o decreto com que se aprovou as celebrações presentes no Diretório catequético dos neocatecumenais, que não são estritamente litúrgicas, mas fazem parte do itinerário de crescimento na fé”.
“É um outro elemento que demonstra como a Igreja vos acompanha com atenção, em um paciente discernimento que compreende a vossa riqueza, mas protege também a comunhão e a harmonia de todo o Corpo de Cristo”.
(...)
“A fim de favorecer a aproximação da riqueza da vida sacramental de pessoas que se afastaram da Igreja ou que não tenham recebido a formação adequada, os neocatecumenais podem celebrar a liturgia dominical na pequena comunidade após as primeiras vésperas do domingo, segundo as disposição do bispo diocesano” (…) Mas toda celebração eucarística é uma ação do único Cristo, juntamente com a sua única Igreja e, por isso, é essencialmente aberta a todos quem pertencem a esta Igreja. Este caráter público da santa eucaristia exprime-se no facto de que cada celebração da Santa Missa é ultimamente ligada ao bispo enquanto membro do colégio episcopal responsável por uma determinada Igreja local. A celebração da pequena comunidade, como particularidade aprovada nos estatutos do Caminho, tem a tarefa de ajudar aqueles que percorrem o itinerário neocatecumenal a perceber a graça de estar inserido no mistério salvífico de Cristo. Ao mesmo tempo, o progressivo amadurecimento na fé do indivíduo e da pequena comunidade deve favorecer a sua inserção na vida da grande comunidade eclesial que encontra na celebração litúrgica da paróquia, na qual actual o neocatecumenato, a sua forma ordinária. Mas mesmo durante o Caminho, é importante não se separar da comunidade paroquial exactamente na celebração da liturgia, verdadeiro local de unidade de todos, onde o Senhor nos abraça nos diversos estados da maturidade espiritual e nos torna um só corpo”.
(Fonte: ‘Fratres in Unum’)
1 comentário:
Não houve aprovação litúrgica da Eucaristia do Caminho Neocatecumenal.
No dia 17 de Janeiro foram aprovadas unicamente as celebrações (que não estritamente litúrgicas, conforme o discurso do Papa), que constam do Directório Catequético do Caminho e não estão contempladas nos livros litúrgicos já existentes na Igreja.
Assim, a celebração da Eucaristia não foi contemplada nesta aprovação da Santa Sé. Aliás, tal já acontecera nos Estatutos do Caminho, em 2008, conforme o referido discurso do Santo Padre: «As celebrações nas pequenas comunidades, reguladas pelos Livros litúrgicos, que devem ser seguidos fielmente, com as particularidades aprovadas nos Estatutos do Caminho…».
De facto, o Estatuto refere apenas algumas excepções face à forma de celebrar a Eucaristia segundo o Missal Romano – deslocação do rito da paz, e comunhão sob as duas espécies, recebida de pé e no próprio lugar:
Art. 13, § 3º. Na celebração da Eucaristia nas pequenas comunidades seguem-se os livros litúrgicos aprovados do Rito Romano, com exceção das concessões explícitas da Santa Sê.(nota 49) No que concerne à distribuição da Santa Comunhão sob as duas espécies, os neocatecúmenos a recebem em pé, permanecendo em seu lugar.
A nota 49 refere:
«A congregação autoriza que entre as adaptações previstas pela Instrução Actio pastoralis, nºs. 6-11, os grupos do mencionado “Caminho” possam receber a comunhão sob as duas espécies, sempre com o pão ázimo, e deslocar, “ad experimentum”, o rito da paz para depois da oração universal».
Contudo, nos Estatutos do Caminho (ver Art.º 13, sobretudo nota 49) e nas recomendações do Congregação do Culto Divino ao Caminho Neocatecumenal (2005) não há qualquer concessão para deslocar o altar da igreja onde celebram, para não ajoelhar na consagração, para comungarem todos ao mesmo tempo que o sacerdote, para dispor os vasos sagrados no altar fora do corporal, como parece que sucede nas suas celebrações, contrariando os seus próprios estatutos. Devem, para além do mais, participar uma vez por mês na missa paroquial, entre outras indicações constantes da Carta da Congregação para o Culto Divino ao Caminho Neocatecumenal, em Dezembro de 2005, citada na nota 49 dos Estatutos.
Como era importante para a Igreja e para o Caminho que isso fosse escrupulosamente observado, numa verdadeira demonstração de fidelidade e obediência!
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