Sermão da Natividade de Cristo; PG 46,1128 ss.
«Com a notícia do nascimento do Salvador, Herodes perturbou-se e toda a Jerusalém com ele» (Mt 2,3). [...] É o mistério da Paixão, que aparecia já na mirra dos Magos; os recém-nascidos foram massacrados sem dó nem piedade. [...] O que significa esta matança de crianças? Por quê ousar crime tão horrendo? «É que, dizem Herodes e os seus conselheiros, um estranho sinal apareceu no céu; um sinal que garantiu aos Magos que chegara outro rei.» Entendes tu, Herodes, o que são estes sinais? [...] Se Jesus é senhor dos astros, não estará ao abrigo dos teus ataques? Julgas ter poder de vida e de morte, mas não tens nada a temer de criança tão terna. Se Deus O submeteu ao teu poder; por que conspiras contra ele? [...]
Mas deixemos o luto, «a queixa amarga de Raquel que chora os seus filhos» ─ porque hoje o Sol de Justiça (Mal 3,20) dissipa as trevas do mal e espalha a Sua luz sobre toda a natureza, Ele que assume a nossa natureza humana. [...] Nesta festa da Natividade «as portas da morte são destruídas, as barras de ferro estão quebradas» (Sl 107,16); agora, «abrem-se as portas da justiça» (Sl 118,19). [...] Já que por um homem, Adão, veio a morte, hoje, por um homem vem a salvação (Rom 5,18). [...] Depois da árvore do pecado está a árvore da bondade, a cruz. [...] Hoje começa o mistério da Paixão.
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
Sem comentários:
Enviar um comentário