O Evangelho ensina-nos a usar bem os dons de Deus que chama cada homem à vida e lhe confia talentos e entregando-lhe ao mesmo tempo uma missão para realizar - afirmou Bento XVI antes da recitação do Angelus deste domingo, numa breve reflexão dedicada à parábola dos dos talentos. Seria um comportamento de estultos pensar que estes dons são devidos, assim como renunciar a usá-los seria faltar á finalidade da própria existência.
Queridos irmãos – exortou o Papa dirigindo-se ás cerca de 40 mil pessoas congregadas na Praça de S. Pedro – acolhemos o convite à vigilância que é a atitude de quem sabe que o Senhor voltará e quererá ver em nós os frutos do seu amor.
A Palavra de Deus deste domingo – salientou o Papa – admoesta-nos acerca da provisoriedade da vida terrena e convida-nos a vivê-la como uma peregrinação, mantendo o olhar virado para a meta para Deus que nos criou.
Deus é o nosso destino ultimo e o sentido do nosso viver, enquanto que passagem obrigatória para chegar a tal realidade definitiva é a morte, seguida pelo juízo final. E se o apostolo Paulo recorda que o dia do Senhor virá como um ladrão de noite, isto é sem pré-aviso, para o Papa a consciência do regresso glorioso do Senhor Jesus leva-nos a viver numa atitude de vigilância, esperando a sua manifestação na memoria constante da sua primeira vinda.
Depois da recitação do Angelus, saudando em francês os fiéis desta língua, Bento XVI confiou à sua oração a viagem que de sexta feira a domingo próximos o levará até ao Benim, na África, e também os esforços daqueles que naquele continente actuam a favor da segurança das populações, da reconciliação e da paz.
O Senhor convida-nos hoje a reconhecer os dons que ele nos concedeu. Ele confia a cada um de nós a responsabilidade de os fazer frutificar para que se torne sal da terra e luz do mundo.
Esta palavra de Cristo – prosseguiu - guiou os trabalhos da segunda Assembleia especial para a África do Sínodo dos Bispos. Auspicio que possa ser dada a todos no momento em que estou para me deslocar ao Benim para reafirmar a fé e a esperança dos cristãos da África e das ilhas adjacentes.
Confio á vossa oração esta viagem e os habitantes do querido continente africano – acrescentou o Papa – particularmente aqueles que conhecem a insegurança e a violência.
Que Nossa Senhora de África – concluiu – acompanhe e sustente os esforços de todas as pessoas que trabalham a favor da reconciliação, da justiça e da paz.
Bento XVI associou-se ainda à jornada de oração pela “Igreja perseguida”, promovida na Polónia pela organização católica internacional Ajuda à Igreja que Sofre, recordando em particular os católicos do Sudão.
“Deixo votos de que esta jornada sensibilize todos para o drama da pobreza humana e das perseguições, para a necessidade de respeitar a dignidade humana e o direito à liberdade religiosa”, afirmou.
O Papa assinalou a “jornada do agradecimento”, promovida pela Igreja Católica na Itália, convidando a “respeitar a terra”.
Bento XVI associou-se também à celebração do Dia Mundial da Diabetes, este ano subordinado ao tema ‘Educação e prevenção da diabetes’. O Papa destacou que esta é uma “doença crónica que aflige muitas pessoas, também jovens”.
“Rezo por todos estes irmãos e irmãs e por todos os que partilham todos os dias o seu cansaço, bem como pelos operadores sanitários e os voluntários que os assistem”, acrescentou, após a recitação da oração do Angelus.
Rádio Vaticano
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