Mosaico com cerca de 500m2 (10m de altura e 50m de largura), cobrindo a parede curva do fundo do presbitério, é feito em terracota dourada e moldada manualmente.
A cor do ouro simboliza a santidade e a fidelidade de Deus, tendo os três traços vermelhos a finalidade de realçar o dourado e favorecer a percepção do mistério e da santidade. Todo o dinamismo e tensão de luz e ouro no sentido horizontal e vertical pretendem provocar no coração de quem está na igreja um estado de alma que acolhe a beleza, a comunhão e o amor.
À direita e à esquerda do trono e do Cordeiro, a Jerusalém Celeste, na qual se vê a multidão de Anjos e de Santos. O Cordeiro é formado pela cor do ouro e por tonalidades de alvura, porque Ele é a Luz. D’Ele partem ondas de luz.
Os Santos estão pintados em tons coloridos, a indicar que estão na luz, receberam a luz, deixaram-se iluminar e penetrar por ela, acolheram o dom da vida divina.
À nossa esquerda, à direita do Cordeiro, está a Mãe de Deus, à qual se unem os Beatos Francisco e Jacinta e a Irmã Lúcia, com o rosário nas mãos. Na primeira fila encontram-se seis Apóstolos e três Arcanjos, atrás dos quais está uma multidão de Santos, com destaque para o grupo franciscano: S. Francisco de Assis, Santa Clara e o Santo Padre Pio. À nossa direita, encontra-se S. João Baptista, que indicou o Filho de Deus como o Cordeiro, e mais seis Apóstolos e quatro Arcanjos. Por trás, mais uma multidão de Anjos e Santos, entre os quais Santa Isabel de Portugal e a Beata Teresa de Calcutá. O primeiro Arcanjo, à nossa esquerda, é Gabriel, com o rolo da Palavra de Deus na Anunciação; o último, à nossa direita é Miguel, o Arcanjo do Juízo, com a balança. Maria e João Baptista, ladeando o Cordeiro, formam uma das mais ricas imagens da iconografia sagrada, conhecida por Deisis (Intercessão).
Da parte inferior do trono nasce água “limpa como cristal” (Ap 22, 1), a água da vida divina, o rio de vida que é o Espírito Santo, que assume e penetra toda a história, todos os homens, todo o cosmos, e que se dá a beber em jorros abundantes na Igreja, através da Liturgia e dos Sacramentos. Uma vez que na Liturgia se realiza a Páscoa de Cristo, por ela o rio de água viva penetra em nós e somos arrebatados pelo mistério que ela torna presente, o mistério da comunhão do Pai, do Filho e do Espírito.
À direita e à esquerda do trono e dos grupos de Santos abundam os ramos da árvore que dá doze colheitas e produz frutos cada mês e cujas folhas servem para curar as nações (Ap 22, 1-2).
Elemento central das aparições de Fátima é a familiaridade com o Céu. A Jacinta e o Francisco desejavam-no ardentemente, e a Lúcia ficou triste de não poder ir para lá imediatamente.
Esta é também uma dimensão constante da fé cristã, de modo que a Eucaristia convoca a Igreja em todos os tempos e lugares para a Jerusalém Celeste, onde há-de cantar continuamente o grande “aleluia” diante do trono do Cordeiro, com a Mãe de Deus, os Apóstolos e todos os Santos.
Nesta igreja é convocada a assembleia dos fiéis, que celebram a Liturgia; ao centro, encontra-se o altar, lugar do sacrifício e da comunhão; como pano de fundo, vislumbram-se o trono do Cordeiro, vencedor do pecado e da morte, e os Santos. Neste templo dá-se o encontro face a face entre a Igreja do Céu e a da Terra. Em certo sentido, esta igreja põe-nos na situação em que se encontravam Francisco, Jacinta e Lúcia: da terra e da história, contemplavam o Céu, certos de que pela cruz se vai à luz.
É da autoria do P. Marko Ivan Rupnik (Eslovénia) e foi executado por um grupo de artistas, especializados em arte litúrgica, no Instituto Oriental de Roma, e provenientes de oito nações e de quatro Igrejas Cristãs.
(Fonte: site do Santuário de Fátima)
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