D. Charles Chaput |
Chaput advogou este direito no seu sentido original: liberdade não só de culto, mas de ensino e de participação na vida pública numa perspectiva religiosa.
Para Chaput, o direito à liberdade religiosa pressupõe duas afirmações. Em primeiro lugar, o homem goza de livre arbítrio como parte da sua dignidade humana. Graças ao livre arbítrio e à sua capacidade de raciocinar, é-lhe possível chegar a diferentes concepções de Deus, incluindo a de que Deus não existe. Cada pessoa tem o direito de defender a sua posição.
Em segundo lugar, o direito à liberdade religiosa pressupõe que as questões sobre Deus, a eternidade ou a finalidade do ser humano têm uma importância capital na construção de uma vida feliz e plena. De aqui que se defendam legalmente as decisões relativas a estas ideias.
Precisamente pela importância que têm para o ser humano tomado no seu conjunto, e não só para o indivíduo concreto, é que o poder político não deve fazer desaparecer as referências religiosas do espaço público, nem manipular ou apagar as mensagens das diferentes confissões religiosas.
A liberdade religiosa não pode conviver com uma mentalidade que entenda a religião como um tóxico contaminante, tolerável na medida em que não incomode os outros. O espaço público não deve entender-se como um lugar "livre de religião".
Mas o espaço público não é só um lugar: os meios de comunicação conformam outro espaço com as suas informações; um espaço que influi mais no ideário público do que o espaço físico. O poder político pode retirar os crucifixos das ruas, mas antes já alguns meios de comunicação os teriam eliminado das mentes.
Por isso, enquanto denuncia a perseguição contra os cristãos em países do mundo árabe e em algumas zonas da Ásia e da África, Chaput alerta os jovens católicos do mundo mais desenvolvido para outro tipo de travão à liberdade religiosa: a desinformação.
Pode haver quem fique surpreendido ao vê-lo citar determinadas publicações, todas americanas. Assinala, por exemplo: "cometeríamos um grave erro se baseássemos a nossa informação religiosa em medias como o New York Times, a Newsweek, a CNN e a MSNBC". Em contrapartida, aconselha os seguintes: a Catholic News Agency, a EWTN e o National Catholic Register. E acrescenta: "apoiem estes meios de comunicação e louvem o serviço que prestam à Igreja. Visitem os seus sites. Sigam-nos no Facebook e no Twitter".
Não se trata de fazer um catálogo dos meios que um católico pode ou não utilizar, mas de mostrar que um católico, se quer realizar o trabalho de evangelização a que está chamado, deve beber de fontes não contaminadas. "Isto significa que é preciso preparar-se bem para ser bons apologistas, capazes de defender a própria fé".
Fonte: First Things
Aceprensa
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