A crise na PUC do Peru começou em setembro do ano passado, quando o arcebispo de Lima, cardeal Juan Luis Cipriani Thorne, identificou diferenças ideológicas entre professores e alunos em relação às posições da Igreja.
Cipriani pediu mudanças nos estatutos da universidade, conforme as orientações da Igreja para as universidades católicas contidas na constituição apostólica Ex Corde Ecclesiae. O arcebispo exigiu, por exemplo, o direito de indicar o reitor a partir de uma lista tríplice definida pela universidade em assembleia.
Mas o atual reitor, Marcial Rubio, e grupos de alunos recusaram a mudança, acusando perda de autonomia universitária. Rubio declarou à imprensa local que Cipriani tem interesse no controle económico da PUCP. Ao mesmo tempo, a universidade não quer perder os títulos de "católica" e "pontifícia", pois teria de abrir mão das propriedades que pertenceriam à Arquidiocese de Lima - pois o doador do terreno da PUCP vinculou a herança ao uso por uma universidade pontifícia.
Segundo o comunicado divulgado neste sábado, Rubio vinha exigindo que a Arquidiocese renunciasse ao controle dos bens. A Igreja recusou, dizendo que os tribunais civis do Peru confirmaram mais de uma vez seu direito de participar da gestão.
A Santa Sé afirmou que continuará acompanhando a situação da universidade e quer que as autoridades académicas reconsiderem sua posição. O reitorado da universidade, por sua vez, informou em seu site que o decreto será discutido em assembleia na segunda-feira.
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