Queria
concluir com a menção de um comentário à Encíclica [Fides
et ratio] (N.T. - A Encíclica Fides
et ratio, de 14.09.1998, trata das relações entre fé e razão;
entre outras coisas, defende firmemente a capacidade da inteligência humana de
chegar à verdade) publicado no semanário alemão Die
Zeit, cuja
tendência é antes distanciar-se das posições da Igreja. O comentarista Jan Ross
sintetiza com muita precisão o núcleo da Encíclica ao dizer que a destituição
da teologia e da metafísica "não somente tornou o pensamento mais livre, mas
também mais estreito". Sim, Ross não receia falar de um
"embrutecimento por descrença". "Quando a razão se afastou das questões
últimas, tornou-se apática e entediante, deixou de ser capaz de lidar com os enigmas
vitais do bem e do mal, da morte e da imortalidade". A voz do Papa [João Paulo
II] - continua o comentarista - deu ânimo "a muitos homens e a povos
inteiros; também soou dura e cortante aos ouvidos de muitos, e até suscitou
ódio, mas, se emudecer, far-se-á um terrível silêncio". Com efeito, se se
deixa de falar de Deus e do homem, do pecado e da graça, da morte e da vida
eterna, todo o grito e todo o ruído que houver será apenas uma tentativa inútil
de fazer esquecer o emudecimento daquilo que é próprio do ser humano.
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