Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

sábado, 11 de maio de 2013

Redenção e Liberdade humana

Constitui, por assim dizer, a estrutura da aventura da Redenção que ela sempre diga respeito à liberdade. Por isso, [a Redenção] nunca é simplesmente imposta do exterior ou cimentada em estruturas fixas, mas está inserida no frágil vaso da liberdade humana. [...] Como está ligada à liberdade e não é coisa que se possa impor ao homem por meio de estruturas, volta sempre a reportar-se a essa liberdade e, através dela, também pode, até certo ponto, ser destruída.

Mas temos de reconhecer que o cristianismo libertou uma e outra vez grandes forças de amor. Quando se considera o que realmente entrou na História graças ao cristianismo, vemos que é notável. Goethe disse: "Surgiu o respeito profundo pelo que se encontra abaixo de nós". Na realidade, somente através do cristianismo é que se desenvolveu uma assistência organizada aos doentes, o amparo aos fracos e toda uma organização de amor. Através do cristianismo cresceu, aliás, o respeito por todas as pessoas em todas as situações sociais. É interessante observar que o imperador Constantino, ao reconhecer o cristianismo, se tenha sentido primeiro na obrigação de modificar as leis para introduzir o domingo como feriado universal e que tenha procurado garantir certos direitos aos escravos.

Lembro-me também, por exemplo, de Atanásio, o grande bispo alexandrino do século IV, que narra, a partir da sua própria experiência, como as tribos se enfrentavam com violência em toda a parte, até que, através dos cristãos, surgiu uma certa disposição para a paz. Isso não são coisas que estejam garantidas por si mesmas através da estrutura de um império político: podem, como observamos hoje, tornar a desmoronar uma e outra vez.

Quando o homem abandona a fé, os horrores do paganismo regressam com toda a força.

Julgo que pudemos de facto constatar que Deus entrou na História, por assim dizer, de modo muito mais frágil do que gostaríamos. Mas também pudemos constatar que essa é a sua resposta à liberdade. E se queremos [...] que Deus respeite a nossa liberdade, também temos de aprender a respeitar e a amar a fragilidade da sua ação.

(Cardeal Ratzinger em ‘O sal da terra’, págs. 173-175)

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