Obrigado, Perdão Ajuda-me

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As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

domingo, 17 de abril de 2011

É Deus, em Jesus, na Cruz, que nos eleva. É Ele que nos torna livres e nos dá um coração puro: Bento XVI na homilia da Missa de Ramos, na praça de São Pedro

O homem encontra-se no ponto de intersecção de duas forças de gravidade: uma positiva, que o eleva; outra negativa, que o degrada. É Jesus - que sobe a Jerusalém para dar a sua vida por nós – que nos atrai a si e nos eleva. Este o sentido, a importância, a actualidade da procissão litúrgica deste domingo de Ramos: explicou Bento XVI, na homilia da Missa, celebrada numa Praça de São Pedro repleta de fiéis, muitos deles jovens, sob um esplêndido sol primaveril.

O Papa começou por fazer notar que, depois da profissão de fé de Pedro, em Cesareia de Filipe, o próprio Jesus se tinha encaminhado como peregrino para Jerusalém, para as festividades da Páscoa.

“(Jesus) Caminha para o templo na Cidade Santa, para aquele lugar que, de modo particular, garantia a Israel que Deus estava próximo do seu povo. Caminha para a festa comunitária da Páscoa, memorial da libertação do Egipto e sinal da esperança na libertação definitiva. Jesus sabe que O espera uma Páscoa nova, e que Ele mesmo tomará o lugar dos cordeiros imolados, oferecendo-Se a Si mesmo na Cruz”.

Jesus “vai a caminho das alturas da Cruz, para o momento do amor que se doa. O termo último da sua peregrinação é a altura do próprio Deus, à qual Ele quer elevar o ser humano”.

“Assim, a nossa procissão de hoje quer ser imagem de algo mais profundo, imagem do facto que nos encaminhamos em peregrinação, juntamente com Jesus, pelo caminho alto que leva ao Deus vivo. É desta subida que se trata: tal é o caminho, a que Jesus nos convida.”

Mas como podemos nós manter-nos neste caminho, nesta subida que ultrapassa de longe as nossas forças e possibilidades? – interrogou-se o Papa, que sublinhou os limites e contradições ligados aos avanços alcançados pela humanidade. Persiste, “potente, a força da gravidade que nos puxa para baixo”. Os Padres (da Igreja) – fez notar Bento XVI – diziam que “o homem se encontra no ponto de intersecção entre dois campos de gravitação”.

“Temos, por um lado, a força de gravitação que puxa para baixo: para o egoísmo, para a mentira e para o mal; a gravidade que nos rebaixa e afasta da altura de Deus. Por outro lado, há a força de gravitaçãodo amor de Deus: sabermo-nos amados por Deus e a resposta do nosso amor puxam-nos para o alto. 
O homem encontra-se no meio desta dupla força de gravidade, e tudo depende de conseguir livrar-se do campo de gravidade do mal e ficar livre para se deixar atrair totalmente pela força de gravidade de Deus, que nos torna verdadeiros, nos eleva, nos dá a verdadeira liberdade.”

Comentando o convite que o celebrante dirige à assembleia antes da oração eucarística - “Sursum corda” (“Corações ao alto”), Bento XVI sublinhou que na concepção bíblica e na visão dos Padres (da Igreja) “o coração é aquele centro do homem em que se unem o intelecto, a vontade e o sentimento, o corpo e a alma”. É este “coração” que precisa de ser “elevado”. E é o próprio Deus que nos tem de atrair a si, de nos puxar para o alto. Foi o que Ele iniciou na Cruz.

“Desceu até à humilhação extrema da existência humana, a fim de nos puxar para o alto, rumo a Ele, rumo ao Deus vivo. Jesus humilhou-Se: diz-nos a segunda leitura. Só assim podia ser superada a nossa soberba: a humildade de Deus é a forma extrema do seu amor, e este amor humilde atrai para o alto”.

Aquele que, não obstante toda a nossa miséria, nos eleva à altura de Deus (acrescentou o Papa, a concluir) , é Jesus Cristo que, de Deus, desceu até nós e, no seu amor crucificado, nos toma pela mão e nos conduz para o alto.

“Com o Senhor, caminhamos, peregrinos, para o alto. Andamos à procura do coração puro e das mãos inocentes, andamos à procura da verdade, procuramos o rosto de Deus. Manifestamos ao Senhor o desejo de nos tornar justos e pedimos-Lhe: Atraí-nos, Vós, para o alto! Tornai-nos puros! Fazei que se cumpra em nós a palavra do salmo processional que cantamos, ou seja, que possamos pertencer à geração dos que procuram Deus, «que procuram a face do Deus de Jacob». Ámen!”


No final da celebração, antes da recitação do Angelus, Bento XVI dirigiu saudações em diversas línguas, aos peregrinos presentes, muitos deles jovens. Esta a saudação em português:

“Uma saudação amiga para os jovens e demais peregrinos de língua portuguesa, com votos de uma Semana Santa rica de frutos espirituais, vivendo-a unidos à Virgem Maria para aprender d’Ela a escutar Deus no silêncio interior, a olhar os outros com o coração puro e a seguir Jesus, com fé amorosa, pelo caminho do calvário que conduz à alegria da ressurreição. Até Madrid, se Deus quiser!”

Em espanhol, o Papa referiu-se mais expressamente à próxima JMJ:

“Dirijo-me em especial a vós, queridos jovens, para que me acompanheis na Jornada Mundial da Juventude, que terá lugar em Madrid no próximo mês de Agosto, sob o lema ‘Enraizados em Cristo, firmes na fé’.

Ainda em espanhol, Bento XVI referiu-se à Colômbia, onde na Sexta-feira Santa se celebra uma Jornada de Oração pelas vítimas da violência:

“Uno-me espiritualmente a esta importante iniciativa e exorto encarecidamente os colombianos a nela participarem, ao mesmo tempo que peço a Deus por todos os que nesta amada Nação foram vilmente despojados da vida e dos seus bens. Renovo o meu urgente apelo à conversão, ao arrependimento e à reconciliação. Nunca mais violência na Colômbia, que reine a paz!” 

(Fonte: site Rádio Vaticano)

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