Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Amizade com Cristo

O Senhor dirige-nos estas palavras maravilhosas: Já não vos chamo servos... mas chamei-vos amigos (Jo 15, 15). Quantas vezes não sentimos que somos - e é verdade - apenas servos inúteis! (cfr. Lc 17, 10). E, apesar disso, o Senhor chama-nos amigos, faz-nos seus amigos, dá-nos a sua amizade. O Senhor define a amizade de uma dupla maneira.

[A primeira é que] não existem segredos entre amigos: Cristo diz-nos tudo quanto escuta do Pai; dá-nos toda a sua confiança e, com a confiança, também o conhecimento.

Revela-nos o seu rosto, o seu coração. Mostra-nos a sua ternura por nós, o seu amor apaixonado que vai até à loucura da Cruz. Confia-se a nós, dá-nos o poder de falar com o seu Eu: Isto é o meu Corpo..., Eu te absolvo... Confia-nos o seu Corpo místico, a Igreja. Confia às nossas fracas mentes, às nossas fracas mãos, a sua Verdade - o mistério de Deus Pai, Filho e Espírito Santo; o mistério de Deus que tanto amou o mundo que lhe deu o seu Filho unigénito (Jo 3, 16). Fez de nós seus amigos [...].

O segundo elemento com que Jesus define a amizade é a comunhão das vontades. Idem velle - idem nolle [querer o mesmo, não querer o mesmo, isto é, ter os mesmos gostos e repulsas], era também para os romanos a definição da amizade. Vós sereis meus amigos, se fizerdes o que vos mando (Jo 15, 14). A amizade com Cristo coincide com aquilo que o terceiro pedido do Pai-Nosso exprime: Seja feita a vossa vontade, assim na terra como no Céu. Na hora do Getsemani, Jesus transformou a nossa vontade humana rebelde em vontade conforme e unida à vontade divina. Sofreu todo o drama da nossa autonomia - e é exatamente pondo a nossa vontade nas mãos de Deus, que nos dá a verdadeira liberdade: Não se faça como eu quero, mas como Tu queres (Mt 26, 39).

Nessa comunhão das vontades, realiza-se a nossa Redenção: sermos amigos de Jesus, tornarmo-nos amigos de Deus. Quanto mais amamos Jesus, tanto mais o conhecemos, tanto mais cresce a nossa verdadeira liberdade, cresce a alegria de sermos redimidos.
Obrigado, Jesus, pela tua amizade!

(Cardeal Joseph Ratzinger em Homilia da Missa Pro Eligendo Pontífice, Vaticano, 18.04.2005)

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