Santa Teresa Benedita da Cruz |Edith Stein| (1891-1942), carmelita, mártir, co-padroeira da Europa
Das Weihnachtsgeheimnis (a partir da trad. La Crèche et la croix, Ad Solem 1995, p. 35)
«Completou-se o tempo [....]. Vinde Comigo.»
O Menino do presépio é o Rei dos reis, Aquele que reina sobre a vida e a morte, Aquele que diz «Segue-Me», e que quem não é por Ele é contra Ele (Lc 11, 23). E também no-lo diz a nós, colocando-nos perante a necessidade de escolher a luz ou as trevas. Ignoramos onde pretende o Menino Deus conduzir-nos neste mundo, e não nos compete perguntar antes do tempo. Sabemos apenas que todas as coisas concorrem para o bem dos que amam o Senhor (Rom 8, 28), e que os caminhos traçados pelo Senhor nos conduzem ao outro mundo.
Ao tomar corpo, o Criador do género humano oferece-nos a Sua divindade. Deus fez-Se homem para que os homens pudessem tornar-se filhos de Deus. «Oh admirável comércio!» Foi para isto que o Salvador veio ao mundo. Um de nós tinha quebrado o elo da nossa filiação divina, era um de nós que tinha de o restabelecer e de expiar a falta. Mas nenhum ramo da antiga árvore, doente e degenerada, teria capacidade para tal; era preciso que neste tronco fosse enxertada uma planta nova, sã e nobre. E assim, Ele tornou-Se um de nós e simultaneamente mais do que isso: tornou-Se um connosco. É isso que o género humano tem de maravilhoso: o facto de sermos uma unidade. [...] Ele veio formar um corpo misterioso connosco, um corpo de que Ele é o chefe, a cabeça e nós os membros (Ef, 5, 23.30).
Se aceitarmos dar as mãos ao Menino Deus, se respondermos «Sim» ao Seu «Segue-Me», seremos Seus e teremos aberto o caminho para que a Sua vida divina passe por nós. É esse o começo da vida eterna em nós. Não é ainda a visão beatifica na luz da glória, estamos ainda na obscuridade da fé, mas já não é a obscuridade deste mundo – estamos já no Reino de Deus.
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
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