Começo por vos dizer que este texto será enviado ao Hospital por e-mail e que além do blogue divulgá-lo-ei em ‘B.c.c.’ à minha lista de contactos. Perguntar-me-ão porque não usei o Livro de Reclamações, ao que apenas vos direi, que depois de mais de 12 horas nas Urgências, que deu direito a um intervalo de duas horas para jantar, já que não havia almoçado, não só não me sentia em condições de o fazer, além de a minha experiência de vida me dizer que em Portugal ‘a culpa morre sempre solteira’.
E porquê trazer para a esfera pública algo que se passou com o signatário? Para que aqueles, que como eu estava, que estejam convencidos que estas coisas só sucedem no Hospitais Públicos, saibam que afinal os ditos privados, pois o Hospital em questão pertence ao grupo CGD, praticamente não trazem grande melhoria em relação aos públicos dos quais infelizmente tenho uma vasta experiência. Atenção estou-me apenas a referir a Portugal, já que tenho experiências extraordinariamente positivas na CUN – Clínica Universitária de Navarra em Pamplona.
Resumindo, entrei às 10h56 e saí às 23h22 depois de me terem feito vários exames desnecessários, bastava que houvesse o conhecimento médico dos efeitos secundários provocados pela medicação que me mantém vivo há quase 11 anos, e teria saído com o mesmo antibiótico e bronco-dilatador certamente cerca das 13h00. Mas não, sujeitaram-me a novos exames e análises, por mera ignorância incluindo a colocação de uma máscara pois receava-se que pudesse padecer de Tuberculose (TB), chegaram-me a dizer que tinha um sério problema hepático e que o meu fígado praticamente já não depurava qualquer tipo de gordura, enfim...
Durante as longuíssimas horas de espera acompanhado pela minha mulher, pedi ao Senhor e a Nossa Senhora que permitissem controlar a natural ira e ofereci este contra-tempo pela saúde do Santo Padre.
Desculpem-me, mas é mais forte do que eu e não resisto a comentar uma frase em “inglês” e em letras garrafais que vem nos envelopes dos RX e das Ecos, “health of the new generation” o que pura e simplesmente, além de ser uma snobeira ridícula de uma unidade hospitalar em Portugal, não significa rigorosamente nada, salvo se estiverem a promover a área de Pediatria aonde se encontram os nossos concidadãos da mais recente geração. “Healthcare of the latest (or newest) generation (or technology)” seria a forma correcta de expressar aquilo que se presume tenha sido a intenção do seu autor, cujo inglês deve ter sido tirado, na felizmente já extinta Universidade Independente, via fax e que provavelmente será um bom amigo de um dos ex-Administradores da CGD que entretanto passou pelo BCP.
Ah! Mas a saga não se fica por aqui, pois quando finalmente me mandaram para casa e desejei pagar os 10% com me competiam em relação ao meu Seguro de Saúde, fui informado que pensaram que eu me tinha ido embora sem pagar e enviaram-me a conta para casa, ou seja, ainda fiz figura de caloteiro, facto que apenas deixo aqui expresso pelo caricato, pois perante Aquele a quem tenho de prestar as verdadeiras contas, sei que nada tenho a justificar.
Desculpem este desabafo, mas faço-o sobretudo por uma questão de cidadania e não para acusar ninguém individualmente além da instituição.
Bem-hajam!
João Paulo dos Prazeres Reis
2 comentários:
Se ja sabia qual a causa e a soluçao do sua doença, o que foi fazer à urgencia do hospital?
Fui às urgências do hospital para ser radiografado e fazerem análises já que tinha sintomas de tosse com expectoração e tenho frequentes pneumonias, chega-lhe ou quer sair da condição de anónimo e enviar-me o seu mail para melhor lhe explicar todo o quadro clínico? Se for médico não perca tempo, pois o comportamento nestas situações é invariavelmente defender os colegas.
JPR
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