“A actividade desportiva faz parte dos meios que concorrem para o desenvolvimento harmónico da pessoa e para o seu aperfeiçoamento moral” – sublinhou o Papa, recebendo em audiência um grupo de instrutores de ski. A vossa actividade – observou – “contribui para estimular algumas capacidades, como por exemplo a constância em perseguir os objectivos, o respeito das regras, a tenacidade em enfrentar e superar as dificuldades”.
“Praticado com paixão e sentido ético, o desporto, para além de exercitar num são agnosticismo, torna-se numa escola para aprender e aprofundar os valores humanos e cristãos. O desporto ensina a harmonizar dimensões importantes da pessoa humana, favorecendo o seu desenvolvimento integral.
Mediante a actividade desportiva, uma pessoa compreende melhor que o seu corpo não pode ser considerado um objecto, mas que, através da corporeidade, se exprime a si mesma e entra em relação com os outros. Desse modo, o equilíbrio entre a dimensão física e espiritual leva a não idolatrar o corpo, mas sim a respeitá-lo, não fazendo dele um instrumento a potenciar a todo o custo, porventura utilizando mesmo meios ilícitos”.
Bento XVI reflectiu depois sobre o facto de a prática do ski levar a um contacto directo com a natureza, com as montanhas, um ambiente que (disse) “nos faz sentir pequenos, nos restitui a justa dimensão do nosso ser criaturas, nos torna capazes de nos interrogarmos sobre o sentido da criação, olhando para o alto, abrindo-nos ao Criador”. O respeito pelo meio ambiente, pela natureza, vem assim ao espírito, como uma responsabilidade de cada um:
“a relação com a criação constitui um elemento importante para o desenvolvimento da identidade humana e nem sequer o pecado do homem eliminou a sua tarefa de ser custódio (protector) do mundo. A própria actividade desportiva pode ser concebida e vivida como parte desta responsabilidade”.
Os progressos científicos e tecnológicos – reconheceu o Papa – dão ao homem a possibilidade de intervir e manipular a natureza, mas existe sempre o risco de pretender substituir-se ao Criador reduzindo a natureza criada a um produto para uso e consumo. A atitude justa a assumir é, pelo contrário, a de um profundo sentimento de gratidão e reconhecimento, assim como de responsabilidade em conservar e cultivar a obra de Deus. Há todo um estilo de vida a adoptar, ligado a um sentido de equilíbrio, de autodisciplina e de respeito, expressão de um profundo amor para com a criação de Deus – concluiu Bento XVI.
Presente nesta audiência, o ministro italiano dos Negócios Estrangeiros, Franco Fratini, ele próprio praticante e iniciador nesta prática desportiva. Em resposta à saudação que este lhe tinha dirigido em nome de todo o grupo, o Papa exprimiu a sua “viva gratidão” pelo empenho por ele desenvolvido para que numerosos católicos, feridos num recente e grave ataque, em Bagdad, pudessem ser prontamente acolhidos em Itália, para o tratamento de que tinham urgente necessidade.
(Fonte: site Rádio Vaticano)
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