Obrigado, Perdão Ajuda-me

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As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Auto-retrato do Papa é «best-seller» anunciado


«Luz do Mundo», apresentado no Vaticano, resulta de entrevista ao jornalista alemão Peter Seewald

O livro "Luz do Mundo - O Papa, a Igreja e os Sinais dos Tempos", que resulta de uma entrevista entre Bento XVI e o jornalista alemão Peter Seewald, foi apresentado esta Terça-feira no Vaticano.

Bento XVI dá-se a conhecer pelas suas próprias palavras e várias passagens (ver notícias relacionadas) foram já divulgadas por agências de notícias e pelo próprio jornal do Vaticano, «L’Osservatore Romano», merecendo grande destaque na imprensa mundial.

Peter Seewald assegura que Bento XVI não fugiu a nenhuma das 90 perguntas nem “modificou as palavras pronunciadas”, propondo apenas “pequenas correcções” na transcrição final.

O resultado é, para o autor, um diálogo franco e directo sobre os mais variados temas, desde as questões fundamentais para a Igreja e sociedade em geral aos seus filmes preferidos ou os Santos da sua devoção.

O Papa confessa que depois da sua eleição, em Abril de 2005, esperava encontrar “paz e tranquilidade”, lembrando assim os sentimentos que surgiram naquela altura.

A reflexão inicia o livro, com 18 capítulos, numa secção intitulada “Os Papas não caem do céu”, com Bento XVI a afirmar que estava “seguríssimo” de que não seria ele o escolhido para suceder a João Paulo II.

Quanto às primeiras palavras proferidas, quando se apresentou como “trabalhador na vinha do Senhor”, o Papa diz que sempre “trabalhou em equipa”, como um de muitos operários, e que o líder da Igreja Católica “não é um monarca absoluto, que toma decisões sozinho e faz tudo por si próprio”.

Bento XVI fala num “fio condutor” na sua vida: “O Cristianismo dá alegria, alarga os horizontes. Em definitivo, uma existência vivida sempre e apenas «contra» seria insuportável”.

"Temos sobretudo de procurar que as pessoas não percam Deus de vista. Temos de procurar que elas reconheçam o tesouro que possuem. Temos de procurar que, depois, elas próprias, a partir da força da sua própria fé, entrem no confronto com o secularismo e consigam concretizar a separação dos espíritos. Este enorme processo é a verdadeira, a grande missão deste tempo", afirma.

O Papa fala de “forças de destruição” na sociedade actual e pede atenção quando se trata de avaliar a sua missão, mostrando-se preparado para as críticas: “Se recebesse apenas consensos, teria de perguntar-se se estaria a anunciar verdadeiramente o Evangelho”.

“Pobre mendigo diante de Deus”, Bento XVI diz que, perante a modernidade, é necessária uma “grande luta espiritual” para afastar e distinguir “aquilo que se está a tornar uma contra-religião”.

A Igreja, observa, não é um “aparelho”, pronta para “fazer de tudo”, mas um “organismo vivo, que vem do próprio Cristo”, apesar dos seus limites.

Bento XVI convida a falar do “mundo melhor” para lá da vida material, professado pela fé cristã, e não apenas em “respostas concretas para o hoje, soluções para as tribulações quotidianas”.

O Papa diz que os temas da eternidade são como “pão duro” para a humanidade de hoje, pelo que os cristãos têm de “encontrar palavras e modos novos para permitir ao homem destruir o muro do som do finito”.

Num excerto da obra, Bento XVI afirma que pode haver casos pontuais, “justificados”, em que admite o caso do preservativo.

O Vaticano veio já a público desmentir algumas “interpretações” dadas a estas palavras e, em comunicado do seu porta-voz, padre Federico Lombardi, sublinha que “o Papa não justifica moralmente o exercício desordenado da sexualidade, mas defende que o uso do preservativo para diminuir o perigo de contágio é «um primeiro acto de responsabilidade», «um primeiro passo na estrada para uma sexualidade mais humana», mais do que o não fazer uso do mesmo expondo o outro a um risco de vida”.

A conversa entre Bento XVI e Seewald - que já por duas vezes tinha entrevistado Joseph Ratzinger, ainda cardeal – decorreu na residência pontifícia de Castelgandolfo, perto de Roma, entre os dias 26 e 31 de Julho.

As duas anteriores entrevistas a Seewald tornarem-se os «best-sellers» "Deus e o mundo" (2001) e "O Sal da Terra" (1997). O livro estará disponível em Portugal no final de Novembro.

(Fonte: site Agência Ecclesia)

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