Instituição acolhe 40 crianças, distribuídas por dois centros na região de Lisboa
A Associação “Ajuda de Berço” está a viver dias difíceis, confrontando-se com dificuldades financeiras que põem em causa os seus projectos e o futuro das muitas crianças que dela dependem.
O mês de Novembro “marca o fim das nossas reservas financeiras” lamenta a presidente Ana Anastácio, em declarações à Agência ECCLESIA.
Fundada em 1998, esta Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS) acolhe actualmente 40 crianças, até aos três anos de idade, distribuídas por dois centros de acolhimento na região de Lisboa.
A “Ajuda de Berço” tem como principal missão servir, integrar e acompanhar estas crianças, na sua grande maioria ainda bebés, que lhe são entregues por uma comissão de protecção de menores ou por um tribunal da especialidade.
A ideia é que essas crianças possam voltar para a sua própria família, logo que esta tenha condições, ou sejam encaminhadas para famílias adoptivas.
Sendo uma instituição sem fins lucrativos, a sua sobrevivência tem vindo a ser assegurada, ao longo dos anos, através das verbas vindas da Segurança Social e, principalmente, com os donativos de pessoas singulares e das empresas.
“O problema”, explica Ana Anastácio, “é que as contribuições vindas de particulares, que asseguram grande parte da nossa subsistência, têm vindo a descer drasticamente”.
Caso esta situação não se altere, a associação poderá ter que fechar uma das suas casas de acolhimento, medida que iria afectar antes de mais 20 crianças, mas também 30 funcionários que aí trabalham.
A falta de adesão das pessoas a esta causa não está relacionada com um “voltar de costas à solidariedade”, defende a presidente da “Ajuda de Berço”.
“Os portugueses não deixaram de ser generosos nem solidários com as causas, deixaram foi de ter meios para dar o tipo de apoios que costumavam dar”, acrescenta a mesma responsável, que deixa a certeza de que “não irá desistir”.
Para além da ajuda financeira, aquela IPSS tem neste momento sobretudo falta de géneros alimentares, medicamentos e produtos de higiene.
São várias as campanhas postas à disposição das pessoas, de forma a poderem ajudar, como por exemplo o “Plano Crescer”, destinado a entidades empresariais, ou o “Plano Vaquinha”, mais direccionado para a população em geral.
Outra iniciativa, mais recente, prende-se com a criação de um número de apoio para o qual as pessoas podem ligar, o 760 300 410, contribuindo com 60 cêntimos por chamada.
“Um milhão de pessoas a ligar para esse número faria certamente a diferença”, exemplifica a presidente, já que um milhão de euros é precisamente o montante que compõe o orçamento anual da “Ajuda de Berço”.
Quem quiser pode também tornar-se sócio da instituição, bastando para isso seguir as indicações prestadas em www.ajudadeberco.pt.
Com as contribuições solidárias em baixa, Ana Anastácio sublinha que a outra alternativa da IPSS, para evitar o fecho de alguma porta, passa por “renegociar as verbas que têm sido atribuídas pela Segurança Social, partindo da avaliação do trabalho que tem sido feito”.
A presidente revela que “já começou a realizar diligências nesse sentido” e espera que haja mais abertura do Governo.
A crise financeira afasta ainda aquele que era o grande sonho da “Ajuda de Berço” – a construção de um terceiro centro de acolhimento, que visava sobretudo dar resposta aos inúmeros pedidos que chegam à associação, todas as semanas, para integração de crianças desfavorecidas
(Fonte: site Agência Ecclesia)
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