Com a Missa presidida pelo bispo local, teve início neste domingo, dia 22, em Rímini (Itália, costa adriática), a 31ª edição do “Meeting pela amizade entre os povos”, sobre o tema “Essa natureza que nos impulsiona a desejar, no coração, grandes coisas”. “Comunhão e Libertação” continua, assim, a reflectir sobre o homem e seu destino, interrogando-se sobre a essência da natureza humana, sobre a origem da tendência ao transcendente e sobre a insatisfação produzida pelo finito e contingente.
Superar os estreitos limites do materialismo dominante, reconhecer e seguir as dinâmicas do coração em todos os âmbitos e condições de vida (família, trabalho, relação com os outros, investigação científica) e permitir a manifestação pública dessa sede do Absoluto por meio da prática religiosa são alguns dos temas que animarão os mais de 130 encontros previstos no programa, até sábado, 28.
Numa Mensagem a todos os participantes, enviada, em nome do Papa, pelo cardeal Secretário de Estado, Tarcísio Bertone, lê-se, nomeadamente:
“Deus só basta. Só Ele sacia a profunda fome do homem. Quem encontrou Deus, encontrou tudo. As coisas finitas podem dar migalhas de satisfação ou de alegria, mas só o Infinito pode encher completamente o coração do homem. Como diz Santo Agostinho, o nosso coração está inquieto enquanto não repousar em Ti! No fundo, o homem tem necessidade de uma única coisa que tudo contém, mas antes precisa de aprender a reconhecer, também através dos seus desejos e das suas aspirações superficiais, aquilo de que realmente carece, o que é quer mesmo, o que é capaz de satisfazer a capacidade do seu coração.”
“Deus (prossegue ainda a mensagem do Papa ao Meeting de Rimini), veio ao mundo para despertar em nós a sede das ‘grandes coisas’. (…) Este desejo de ‘coisas grandes’ precisa de se transformar em oração. (…) Toda a nossa vida – considera Santo Agostinho – é um contínuo exercício do desejo. Rezar diante de Deus é um caminho, uma escada: um processo de purificação dos nossos pensamentos, dos nossos desejos. (…) No diálogo com Deus, colocando diante d’Ele toda a nossa vida, aprendemos a deseja desejar as coisas boas, aprendemos – no fundo – a desejar o próprio Deus. (…) Aprender a rezar é aprender a desejar e, assim, aprender a viver”.
Como sempre, o programa do Meeting de Comunhão e Libertação está subdividido em “blocos” de eventos, entre os quais se encontram os chamados “Encontros das 17h” e outras “mesas redondas”. A articulação dos conteúdos prevê também a área dos Focus, que tratam temas em profundidade, para um público especializado, entre os quais se encontram os seminários com fundações internacionais como a Fundação Tony Blair e a Fundação Adenauer. Neste último encontro, intervirá o vice-presidente da Câmara dos Deputados da Itália, Rocco Buttiglione; o presidente do Conselho Pontifício Cor Unum, Cardeal Paul Josef Cordes; e o presidente da Fundação Adenauer, Hans-Gert Pöttering.
A secção “Textos e contextos” proporá novidades literárias sobre grandes temas do momento, mostras e vídeos, entre eles a crónica de reportagens internacionais “Histórias do Mundo” e a dedicada ao universo desportivo, chamada “História do desporto, histórias de vida”.
Haverá também 18 espectáculos nocturnos de teatro, música e dança a partir do “Calígula”, de Albert Camus, no 50º aniversário da morte do escritor, filósofo e dramaturgo francês.
Sobre os desafios da fé para o europeu de hoje conversarão o Cardeal Péter Erdő, arcebispo de Esztergom-Budapeste, presidente do Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE) e o Metropolitano Filarete de Minsk e Sluzk, Exarca Patriarcal de Belarus, que compartilharão pontos de vista e preocupações das Igrejas Católica e Ortodoxa.
O tema do Meeting será ilustrado pelo professor de teologia Stefano Alberto, no dia 24. O Patriarca de Veneza, Cardeal Angelo Scola, falará sobre “Desejar Deus, Igreja e pós-modernidade”, no dia seguinte. E o dia 26 será dedicado ao tema “Liberdade religiosa e responsabilidade política”. E, como em edições anteriores, também neste ano o Meeting dará voz a testemunhas de esperança no contexto da abertura e da reconciliação.
(Fonte: site Radio Vaticana)
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