O exemplo de vida de São Pedro Celestino V foi exaltado por Bento XVI, neste domingo, na visita pastoral que fez à cidade italiana de Sulmona, onde nasceu este papa do século XIII.
Na homilia da Missa celebrada, de manhã, na praça central da cidade, Bento XVI observou que, a oitocentos anos do nascimento deste seu antecessor na sede de Pedro, ele permanece na história pelas vicissitudes do seu tempo e pontificado, mas sobretudo pela sua santidade
“De facto, a santidade nunca perda a sua força atractiva, não cai no esquecimento, nunca passa de moda; ao contrário, com o passar do tempo, resplandece com luminosidade cada vez maior, exprimindo a perene tensão do homem para Deus.”
Da vida de São Pedro Celestino, Bento XVI quis “recolher alguns ensinamentos, válidos também nos nossos dias”. Fundamentalmente três. Antes de mais, o silêncio deste eremita, que desde a sua juventude se tornou em alguém que procurava a Deus, um homem desejoso de encontrar resposta para as grandes interrogações da existência. O silêncio tornou-se para ele o elemento que caracterizava o seu viver quotidiano – sublinhou o Papa. E era precisamente no silêncio exterior, mas sobretudo no silêncio interior, que ele conseguia advertir a voz de Deus, capaz de orientar a sua vida.
“Vivemos numa sociedade em que cada espaço, cada momento parece ter que ser preenchido com iniciativas, actividades, sons; muitas vezes não há tempo nem sequer para escutar e para dialogar. Caros irmãos e irmãs! Não tenhamos medo de fazer silêncio fora e dentro de nós, se queremos ser capazes de advertir a voz de deus, mas também a quem está ao nosso lado, dos outros.”
Um segundo elemento exemplar da vida do papa São Celestino, posto em destaque por Bento XVI, foi o facto de que “a descoberta do Senhor… não é o resultado de um seu esforço, mas tornou-se possível pela própria Graça de Deus, que o antecipa. Tudo o que ele tinha, aquilo que ela era, não vinha dele: tinha-lhe sido dado, era graça, e portanto também responsabilidade diante de Deus e dos outros”. Também para nós, hoje em dia, assim é também: “todo o essencial da nossa existência foi-nos dado, sem o nosso contributo. O facto de eu viver, não depende de mim. O facto de me terem sido dadas pessoas que me introduziram na vida, que me ensinaram o que é amar e ser amado, que me transmitiram a fé a e me abriram o olhar para Deus”.
“Tudo isto é graça. Por nós mesmos não teríamos podido fazer nada se não nos tivesse sido dado: Deus antecipa-nos sempre, e em cada vida existem aspectos belos e bons que facilmente podemos reconhecer como graça sua, como raio de luz da sua bondade.”
Há portanto que estar de olhos abertos, atentos com o olhar interior, do coração, para sermos capazes de descobrir, como fizeram os santos, os sinais da presença e da bondade de Deus na nossa existência.
Além disso, “no silêncio interior, na percepção da presença do Senhor, São Pedro Celestino tinha maturado uma experiência viva da beleza da criação, obra das mãos de Deus; ele sabia captar o seu sentido profundo, respeitando os seus sinais e ritmos e utilizando-os naquilo que é essencial para a vida”.
(Fonte: site Radio Vaticana)
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