São Gregório de Nazianzo (330-390), bispo e Doutor da Igreja Sobre o Santo Baptismo,
Discurso 40, 46; PG 36, 425 (a partir da trad. Delhougne, Les Pères commentent, p. 154)
«Aí vem o noivo!»
Imediatamente após o teu baptismo, ficarás de pé diante do grande santuário para significar a glória do mundo que está para vir. O canto dos salmos que te acolherá é o prelúdio dos louvores celestes. As candeias que acenderás prefiguram esse cortejo de luzes que conduzirá ao noivo as nossas almas resplandecentes e virgens, munidas das candeias brilhantes da fé.
Tenhamos o cuidado de não nos abandonarmos ao sono, por descuido, não vá Aquele que esperamos surgir de improviso sem que O tenhamos visto chegar. Não nos deixemos ficar sem provisões de azeite e de boas obras, não aconteça que sejamos excluídos da sala de núpcias. [...] O noivo entrará com grande pressa. As almas prudentes entrarão com Ele. As outras, atarefadas a preparar as suas candeias, não disporão de tempo para entrar e serão deixadas de fora, no meio das lamentações. Só demasiado tarde se darão conta do que perderam devido ao seu descuido. [...]
Elas assemelhar-se-ão também àqueles convidados para as núpcias que um nobre pai celebra em honra de um noivo nobre e que se recusam a tomar parte nelas: um, porque acabava de se casar; outro porque acabava de comprar um campo; um terceiro porque adquirira uma parelha de bois (Lc 14, 18ss.). [...] Porque não há lugar no céu para o orgulhoso e o descuidado, para o homem sem vestes convenientes, que não usa o trajo de núpcias (Mt 22, 11), ainda que na terra ele fosse considerado digno do esplendor celeste, e se tivesse introduzido furtivamente no grupo dos fiéis, alimentado de falsas esperanças.
Que acontecerá em seguida? O Noivo sabe o que nos ensinará quando estivermos no céu e sabe que relações estabelecerá com as almas que aí tenham entrado com Ele. Creio que viverá em sua companhia e lhes ensinará os mistérios mais perfeitos e mais puros.
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
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