Nesta semana, o ensino da Matemática voltou a dar polémica. É pena que as deficiências de aprendizagem a esta disciplina só sejam notícia uma vez por ano, porque as consequências, essas, sentimo-las todos os dias.
São muitos milhares os alunos que em cada ano lectivo mudam de área de estudo só para fugir à Matemática.
Esta fuga em massa tem como consequência um desinteresse generalizado pelo ensino e o desvio às vocações originais dos nossos jovens.
Há assim no mercado de trabalho uma quantidade imensa de profissionais com vocação frustrada. Recursos humanos insatisfeitos, produzem - claro - pouco e mal, para além de que há uma inadequação entre a oferta e as necessidades do país.
Verifica-se um excesso de recursos humanos nas áreas humanísticas, gerador de desemprego, enquanto que, por outro lado, aqueles recursos escasseiam nas áreas tecnológicas e científicas.
Não há um único país desenvolvido em que os conhecimentos matemáticos não sejam generalizados. Há pois que escolher entre o percurso árduo e trabalhoso da generalização da aprendizagem adequada da Matemática ou o caminho tão fácil do nosso já crónico subdesenvolvimento.
Paulo Morais
(Fonte: site RR)
NOTA:
Há dias conversando com uma colega, constatei que a sua filha mais nova com sete anos de idade e que estuda num Colégio particular de reconhecida qualidade, está a aprender Matemática pelo mesmo método que eu aprendi há cinquenta na Escola Alemã de Lisboa.
Perdoem-me se faço menção, mas a instrução primária que fiz em alemão ainda hoje marca pela positiva toda a minha actividade intelectual e profissional, e como sei que não sou uma excepção, pois tenho o exemplo dos meus irmãos que fizeram o mesmo percurso académico, permito-me concluir, se com humildade os dirigentes do Ministério da Educação se deixassem de experimentalismos e analisassem metodologias com provas dadas, como já disse, há mais de cinquenta anos, dentro de poucos anos teriam toda uma nova geração a brincar com os números em mero cálculo mental à semelhança do que acontece com o signatário que apesar disso sempre esteve muito mais virado para a área de letras.
(JPR)
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