Obrigado, Perdão Ajuda-me

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As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

terça-feira, 7 de julho de 2009

D. Carlos Azevedo comenta “Caritas in Veritate”

D. Carlos Azevedo, Bispo Auxiliar de Lisboa e Presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social, salienta que esta Encíclica de Bento XVI apela a uma nova planificação global do desenvolvimento.

“Bento XVI oferece-nos um tratado sobre o desenvolvimento da pessoa e da humanidade, e na visão cristã. Sentimo-nos como que diante de uma grande e bela tapeçaria tecida pela caridade na verdade, e passando por todos os temas actuais da sociedade em vias de globalização. Em todo o longo texto cruzam-se sempre a verdade e o amor como forças principais na análise na crítica e na orientação das propostas de um autêntico desenvolvimento orientado pela justiça e pelo bem comum.”

O Bispo Auxiliar de Lisboa recorda que este texto se tornava necessário também por causa das grandes mudanças que se fizeram sentir desde a publicação da Populorum Progressio, há 40 anos, pelo Papa Paulo VI.

“O actual quadro de desenvolvimento é diferente do Popolorum Progressio. Bento XVI apelida esse quadro de policêntrico. Importa examinar com objectividade a espessura humana dos problemas actuais. Por exemplo, cresce a riqueza, aumentam as desigualdades. Aparecem novas pobrezas, vê-se um super desenvolvimento dissipador e consumista, ao lado da miséria desumanizadora. Isto são termos da encíclica.

A corrupção e a ilegalidade ganham terreno nos sujeitos económicos e políticos dos países ricos e pobres, e na linha de João Paulo II, apela a uma nova planificação global do desenvolvimento. Hoje os próprios estados enfrentam novas limitações impostas à sua soberania pelo contexto económico, comercial e financeiro internacional, e isto é novo em relação ao contexto anterior.”

Embora a encíclica esteja a ser vista por alguns como uma resposta da Igreja à crise, isso não é um retrato fiel da realidade, até porque este texto vem a ser preparado há muito tempo, desde antes da crise financeira, “mas com certeza que depois tomou em conta a crise, que evidencia as anomalias que já existiam, porque o problema é do modelo de desenvolvimento. Exige-se um esforço de enquadramento para uma nova síntese humanista. O mundo tem necessidade de uma renovação cultural profunda e da descoberta de valores fundamentais para construir um futuro melhor. A crise vem sublinhar ainda mais a verdade que está patente na Doutrina Social da Igreja há muito tempo.”

Evidentemente, Caritas in Veritate não trata apenas de questões financeiras. Numa era em que estas são inseparáveis de questões políticas e sociais, há também várias ilações a tirar pelos Estados e os Governos.

“Esta encíclica abarca tantas dimensões que obrigam a uma avaliação do papel do Estado e do poder, a crise do sistema de segurança e previdência, as dificuldades das organizações sindicais que são tratadas aqui e forma muito interessante, as redes tradicionais de solidariedade que são um bocado postas em questão, a mobilidade laboral associada à desregulamentação generalizada, as tentativas de homogeneização cultural, sem grande discernimento, a insegurança diante de novas pobreza e da fome, uma reforma agrária equitativa, o direito à liberdade religiosa com referências ao terrorismo fundamentalista, à promoção da indiferença religiosa e ao ateísmo prático, ecologia, o respeito pela vida numa perspectiva nova, tudo faz abrir a níveis de saber humano novos que exigem uma sapiência para uma visão completa do ser humano, essa é a grande tese desta encíclica, é preciso novas soluções onde se possa perseguir como prioritário o acesso ao trabalho. O aumento da pobreza mina a coesão social, por isso os estados têm de reflectir e avaliar estas situações.”

Por fim, D. Carlos Azevedo sublinha duas frases cruciais do próprio texto:

“A sociedade cada vez mais globalizada torna-nos vizinhos mas não nos faz irmãos”, e “O primeiro capital a preservar e valorizar é o ser humano, a pessoa na sua integridade.”


(Fonte: site RR)

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