Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

domingo, 7 de junho de 2009

Solenidade da Santíssima Trindade

No Domingo, dia 7, celebramos a Solenidade da Santíssima Trindade. Com esta grande festa, a Igreja convida-nos a considerar o Mistério da natureza íntima do Deus único, que Se quis manifestar gradualmente através dos profetas e se manifestou plenamente em Jesus Cristo. Já no Antigo Testamento, passando diante de Moisés no monte Sinai, mostrou-Se como o Deus misericordioso e clemente, vagaroso na ira, cheio de bondade e de fidelidade [4]. Esta declaração era uma primeira manifestação explícita das riquezas contidas no nome de Yahveh, revelado antes a Moisés [5]. Esse nome inefável continuava, ao mesmo tempo, envolto nos véus do mistério. Só no Novo Testamento, a vida íntima de Deus se nos apresentou com mais clareza. S. João, o discípulo amado do Senhor, que reclinou a sua cabeça sobre o peito do Mestre na Última Ceia, escreveu, inspirado pelo Espírito Santo, que a identidade mais profunda de Deus se resume numa só palavra: Amor. Deus caritas est [6] , Deus é Amor. E como diáfana demonstração disso enviou-nos o Seu Filho: tanto amou Deus o mundo que lhe entregou o Seu Filho Unigénito [7].

Bento XVI comenta que esse nome, Amor, exprime claramente que o Deus da Bíblia não é uma espécie de mónada fechada em si mesma e satisfeita com a sua própria auto-suficiência, mas é vida que deseja comunicar-se, é abertura e relação. Todas as palavras como "misericordioso", "clemente" e "cheio de bondade" falam-nos de uma relação, em particular de um Ser vital que se oferece, que deseja preencher todas as lacunas, todas as faltas, que quer doar e perdoar, que deseja estabelecer um vínculo sólido e duradouro [8]. Sendo o Amor por essência, o nosso Deus não é um Ser solitário, encerrado numa longínqua transcendência, alheio às preocupações dos homens: Deus é Trindade de Pessoas tão unidas e compenetradas que são um só e único Deus. Esta revelação de Deus delineou-se plenamente no Novo Testamento, graças à palavra de Cristo. Jesus manifestou-nos o rosto de Deus, uno na Sua essência e trino nas Pessoas: Deus é amor: Amor Pai, Amor Filho e Amor Espírito Santo [9] .

Ao revelar-nos o mistério da Sua vida íntima, Deus, para expressá-lo de algum modo, mostrou-nos o Seu rosto, comunicou-nos que deseja acolher-nos na Sua amizade, mais ainda, que nos quer fazer Seus filhos, participantes da Sua própria Vida. Por estas razões, a Solenidade litúrgica da Santíssima Trindade celebra a suprema revelação do Amor divino. Daí que S. Josemaria recomendasse aos cristãos que se esforçassem por conhecer e conviver com cada uma das Pessoas divinas. Aprende a louvar o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Aprende a ter uma particular devoção à Santíssima Trindade: creio em Deus Pai, creio em Deus Filho, creio em Deus Espírito Santo: creio na Santíssima Trindade. Espero em Deus Pai, espero em Deus Filho, espero em Deus Espírito Santo: espero na Santíssima Trindade. Amo a Deus Pai, amo a Deus Filho, amo a Deus Espírito Santo: amo a Santíssima Trindade. Esta devoção faz falta como um exercício sobrenatural, que se traduz nestes impulsos do coração, embora nem sempre se traduza em palavras [10].

Queiramos diligentemente tratar assim o nosso Deus. Como procuramos a Sua presença ao longo do dia? Consideramos com frequência que somos Seus filhos? Esforçamo-nos por imitar Jesus Cristo, nosso Irmão mais velho e nosso Modelo? Invocamos o Paráclito com clamores silenciosos, para que nos santifique e nos encha de vibração apostólica? A nossa amizade com o Espírito Santo está a aumentar?

Excerto carta de Junho 2009 do Prelado do Opus Dei - D. Javier Echevarría

[4] Ex 34, 6.
[5] Cfr. Ex 3, 14.
[6] 1 Jo 4, 8. 16.
[7] Jo 3, 16.
[8] Bento XVI, Homilia na festa da Santíssima Trindade, 18-V-2008.
[9] Ibid.
[10] S. Josemaria, Notas de uma meditação, 3-XII-1961.


(Fonte: http://www.opusdei.pt/art.php?p=34072 )

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